Brasília, 09 dez (RV) - As Nações Unidas entregarão, na noite desta quinta-feira,
o Prêmio Unodc 2010 ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, MCCE.
A
cerimônia de entrega do prêmio será em Brasília, e marca também o Dia Internacional
contra a Corrupção, instituído em 2003 por proposta do Brasil, durante a aprovação
da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, na cidade mexicana de Mérida, sul
do país, capital do Estado de Yucatán..
Ao longo do evento, o Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, deverá divulgar o Relatório de Avaliação
do Sistema Brasileiro de Prevenção da Corrupção, elaborado pela Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico, OCDE.
Esse prêmio será entregue ao Brasil devido
à apresentação e à aprovação da Lei da Ficha Limpa, amplamente apoiada pela Igreja
Católica.
De acordo com o Banco Mundial, os países pobres perdem até 40 bilhões
de dólares por ano, o equivalente a 68 bilhões de reais, com a corrupção.
O
Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a corrupção é uma ameaça para o desenvolvimento,
a democracia e a estabilidade. A Organização especializada na matéria, Tranparency
International, denuncia, em um relatório, que o impacto da corrupção corresponde a
10% do Produto Interno Bruto mundial.
Para a Organização, “onde há corrupção,
há pobreza, porque os recursos são desviados para poucos, que enriquecem em detrimento
do resto da sociedade”. Quanto aos setores mais atingidos pelo fenômeno, o relatório
faz distinção entre os países, citando o exército e a polícia, que são corretos em
alguns países, e comprometidos em outros.
Para combater esse mal, além do
confisco dos bens dos corruptos, a Organização aconselha que todos os cidadãos devem
enunciar todo o que virem de errado nesse sentido, qualquer atividade financeira suspeita,
por menor que seja, deve ser denunciada.
Na Indonésia, o dia foi marcado
pelo protesto de líderes religiosos, que pediram ao governo mais esforços para o fim
dessa atividade criminosa no país. O pedido foi formulado durante um encontro inter-religioso
organizado ontem em Jacarta, capital da Indonésia, por 200 líderes religiosos e políticos.
A
Indonésia é um dos países mais corruptos da área pacífico-asiática. De acordo com
o presidente da Conferência Episcopal da Indonésia, Mons. Martinus Dogma Situmorang,
as religiões são chamadas a manifestarem-se contra a corrupção, a qual ele classificou
como o principal obstáculo ao desenvolvimento do país. (ED)