Abijan, 07 dez (RV) - A Igreja Católica na Costa do Marfim está seguindo com
atenção a crise política que eclodiu no país após o segundo turno das eleições presidenciais
de 28 de novembro e se propõe como sujeito ativo na mediação entre os dois líderes
políticos que se declararam vencedores e disputam seja a presidência seja a liderança
do governo. A União Africana enviou o ex-Presidente Sul-Africano Thabo Mbeki para
mediar entre as duas partes, “mas até agora não há aberturas para um entendimento,
porque Gbagbo e Ouattara permanecem firmes em suas posições”, disse à agência Fides
uma fonte da Igreja local.
No último domingo, o Arcebispo de Abidjan e Porta-voz
do grupo de líderes religiosos para as eleições “pacíficas”, Dom Jean-Pierre Kutwa,
durante a cerimônia de consagração de uma nova igreja em Abidjan fez um apelo a Gbagbo
e Ouattara, para que sejam razoáveis e convidou a população à calma. “Dom Kutwa recordou
aos fiéis que Deus não vai abandonar a Costa do Marfim e ainda é possível encontrar
uma solução pacífica”, afirma a fonte da Fides.
“De acordo com um jornal da
oposição, nos últimos dias em confrontos em diferentes áreas da Costa do Marfim, teriam
perdido a vida 54 pessoas, mas esta notícia não foi divulgada nos meios de comunicação
ligados a Gbagbo. Trata-se de uma informação difícil de ser verificada. Para evitar
a propagação de informações e de ‘rumores’ que incitam as mentes da população, foi
bloqueado o serviço de envio de mensagens de textos dos celulares (SMS)”, conclui
a fonte da Igreja local. (SP)