Caracas, 06 dez (RV) - Após os encontros de Bogotá e Quito, nos últimos 1º
e 2 de dezembro, os presidentes dos episcopados da Venezuela, Equador, Colômbia e
Peru, se reuniram em Caracas para uma aprofundada troca de opiniões, idéias e experiências:
“Os povos das nossas nações formam uma só família de irmãos, caracterizada pela experiência
individual de proximidade fraterna e pela solidariedade, no âmbito da tradição cristã”,
escreveram os bispos no documento após a conclusão da reunião.
Junto com os
povos de outras nações da região, “sentimo-nos chamados a construir uma pátria comum,
unida não só pela geografia, pela história e pela língua, mas acima de tudo pela mesma
fé em Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, que nos interpela como seus discípulos e
missionários”. Os presidentes das Conferências Episcopais analisaram a evolução da
Missão continental, aprofundando, em especial as "orientações pastorais sobre os fiéis”,
que por diversas razões, políticas, econômicas e sociais “vivem hoje em condições
de refugiados em alguns desses países”.
Lembrando o sentido último, religioso
e cultural, das celebrações do Bicentenário da independência, os bispos renovaram
seu compromisso em favor de “um desenvolvimento humano integral e genuinamente cristão”
e, portanto, pediram a todos que trabalhem para “construir a justiça, a liberdade,
fraternidade e a paz”. “Pedimos também aos nossos líderes que continuem avançando
no caminho do diálogo e do reforço das relações diplomáticas e de cooperação mútua
no âmbito do processo de integração regional para superar pragmatismos ou disputas
ideológicas”.
Entre as armadilhas são verdadeiros desafios lançados pela realidade
de hoje em que vive a região, os bispos destacam o aumento da violência e o desprezo
pela vida humana e a gravidade dos fenômenos como o narcotráfico e a corrupção. Diante
disso é urgente reagir todos juntos, povos e governo, e é urgente fazê-lo de forma
concertada, porque o mal não tem limites nem fronteiras. Lembrando a proximidade do
Natal, os bispos sul-americanos convidam todos a “renovarem a sua fé em Jesus, plenitude
da vida, e juntos com Ele, compartilhar o compromisso de fazer de cada comunidade
um centro irradiador da vida em Cristo”, o caminho verdadeiro e obrigatório para alcançar
“a dignidade da pessoa, a liberdade integral, reconciliação e a inclusão social”.
A Igreja - conclui o comunicado -, nunca vai deixar de apoiar todos os esforços favoráveis
à construção de uma “ordem social, econômica e política, onde cada um tenha a possibilidade
de crescimento pleno e verdadeiro. (SP)