Construir a paz defendendo a vida, o ambiente a a integridade social. Bento XVI ao
novo Embaixador da Costa Rica
(3/12/2010) A responsabilidade ética que toca às autoridades, tanto no combate à
corrupção, como na tarefa de educar para a paz as novas gerações e de preservar o
meio ambiente – foram aspectos sublinhados pelo Papa no discurso ao novo Embaixador
da Costa Rica, que hoje lhe apresentou as Cartas Credenciais. Referindo as belezas
naturais deste país da América Central e a hospitalidade e gosto pelas próprias tradições
que caracteriza a sua população, Bento XVI sublinhou que desde há séculos que ali
foi lançada e germinou a semente do Evangelho. Perante graves problemas como a pobreza,
a violência doméstica, o desemprego e a corrupção, todos podem e devem encontrar em
Cristo a força para procurar a justiça social, o bem comum e o progresso integral
das pessoas. Ninguém pode sentir-se alheio desta responsabilidade, a começar pelas
autoridades.
“A autoridade pública – sublinhou o Papa - há-de ser a primeira
a buscar o que a todos beneficia, actuando principalmente como força moral que potencie
a liberdade e o sentido de responsabilidade de cada um. E isto sem esquecer os valores
fundamentais que estruturam a inviolável dignidade da pessoa, a começar pela firme
salvaguarda da vida humana”. “É importante que os que se encontram à frente dos
destinos do país não hesitem em rejeitar com firmeza a impunidade, a delinquência
juvenil, o trabalho infantil, a injustiça e o narcotráfico, impulsionando medidas
como a segurança dos cidadãos, uma adequada formação de crianças e jovens, a devida
atenção aos encarcerados e uma eficaz assistência de saúde, particularmente aos mais
desfavorecidos e aos idosos”.
Por outro lado, “é primordial que as novas
gerações adquiram a convicção de que os conflitos não se vencem unicamente com a força,
mas sim convertendo os corações ao bem e à verdade, acabando com a miséria e o analfabetismo,
robustecendo o Estado de direito e fortalecendo a independência e eficácia dos tribunais”.
Para dilatar este horizonte – sublinhou o Papa – muito há-de contribuir “a estabilidade
e união da família, instituição que está a sofrer, mais do que qualquer outra, o assédio
de amplas e rápidas transformações da sociedade e da cultura”. Portanto, há que promover
“tudo o que favoreça, tutele e apoie a família assente no matrimónio entre um homem
e uma mulher”. “A Igreja nunca se cansará de encorajar especialmente os jovens, para
que descubram a beleza e grandeza de servirem fiel e generosamente o amor matrimonial
e a transmissão da vida”.