PAPA: EUROPA NÃO SERIA MAIS EUROPA SE MATRIMÔNIO DESAPARECESSE OU FOSSE TRANSFORMADO
Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) - "A Europa não seria mais Europa" se "o matrimônio
como forma de ordem basilar da relação entre homem e mulher" e "célula fundadora"
da sociedade desaparecesse ou fosse substancialmente transformado: foi o que ressaltou
o Papa no discurso dirigido na manhã desta quinta-feira ao novo Embaixador da Hungria
junto à Santa Sé, Gábor Győriványi, que apresentou, no Vaticano, as suas credenciais.
O
Santo Padre – após ter recordado que no início do próximo ano caberá à Hungria assumir,
pela primeira vez, a presidência do Conselho da União Européia – faz votos de que
a nova Constituição húngara seja inspirada nos valores cristãos, de modo particular
no que concerne "a posição do matrimônio e da família na sociedade".
Em seguida,
afirmou que a Hungria é chamada "a ser mediadora entre Oriente e Ocidente".
O
Pontífice recordou que "o matrimônio deu à Europa o seu aspecto particular e humanismo,
justamente e também porque teve que aprender e adquirir continuamente a característica
de fidelidade e de renúncia". "A Europa não seria mais Europa se tal célula basilar
da construção social desaparecesse ou fosse substancialmente transformada" – observou.
O
matrimônio e a família são hoje atingidos pela erosão de seus "valores de estabilidade
e indissolubilidade", por causa de uma "crescente liberalização do direito de divórcio",
do costume sempre mais difuso da convivência e "por diferentes tipos de união que
não têm nenhum fundamento na história da cultura e do direito na Europa".
A
Igreja – acrescentou o Pontífice – não pode aprovar "iniciativas legislativas que
impliquem uma valorização de modelos alternativos da vida do casal e da família".
Tais modelos contribuem "para o enfraquecimento dos princípios do direito natural
e para a relativisação da legislação", bem como da "consciência dos valores da sociedade".
Uma
"sociedade sempre mais globalizada, que nos torna próximos, mas não irmãos" – ressaltou.
A razão é capaz "de assegurar a igualdade entre os homens", mas "não consegue fundar
a fraternidade", que num certo sentido – observou o Santo Padre – "é o outro lado
da liberdade e da igualdade".
O Papa concluiu ressaltando que "o sentido de
justiça e as virtudes humanas" do grande rei húngaro Santo Estevão "são um ponto alto
de referência que serve como estímulo e imperativo – hoje como no passado – para aqueles
aos quais é confiado um papel de governo". (RL)