CARDEAL TAURAN RETORNA AO VATICANO APÓS VISITA AO PAQUISTÃO
Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) - O Cardeal Jean-Louis Tauran acaba de retornar
ao Vaticano da sua viagem de quatro dias ao Paquistão. O presidente do Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso encontrou-se em Islamabad com o Presidente,
Ali Zardari, com outras autoridades políticas e com a comunidade católica local. Ele
também foi a Rawalpindi, onde celebrou uma missa na presença de 2.500 fiéis e a Lahore,
a capital cultural do país, para um encontro com os religiosos e religiosas. Ali,
o Cardeal Tauran, inaugurou um centro para o diálogo inter-religioso, dirigido pelos
Padres Dominicanos. Esta visita realizou-se em um contexto difícil e delicado, após
a condenação à morte por blasfêmia de Asia Bibi, uma mulher cristã, mãe de cinco filhos,
por cuja libertação o Papa fez um apelo em 17 de novembro passado.
Falando
à Rádio Vaticano, o Cardeal Tauran disse que a viagem foi muito emocionante e o objetivo
da mesma era dar aos cristãos que vivem de uma forma muito exposta, o sentimento de
fazer parte de uma grande família, que é a família Católica: que tem um pai que é
o Papa, irmãos e irmãs que os apóiam. Por isso foi importante - disse ainda o purpurado
- que eu tenha me encontrado com eles para manifestar solidariedade espiritual, e
eles compreenderam muito bem isso.
Falando do encontro com as autoridades,
o Cardeal disse que foi recebido com muita cortesia pelo Presidente da República:
foi o primeiro encontro que eu tive, afirmou. O presidente manifestou grande atenção
à posição da Santa Sé no que diz respeito à liberdade de religião. O interessante
é que o presidente do Paquistão, formou uma comissão presidida pelo ministro para
as Minorias, que tem o objetivo de rever a lei sobre a blasfêmia, em vista até mesmo
de uma sua possível revogação. O Cardeal também encontrou o vice-ministro do Exterior
e manteve uma longa conversa com o Ministro para as Minorias, que é um cristão.
O
Cardeal Tauran falando sobre os cristãos no Paquistão disse que o que mais preocupa
é a incerteza pelo futuro, mas ele está convencido de que os paquistaneses cristãos
vão permanecer no seu país. Sublinhou ainda que eles têm muita coragem; os padres
e os bispos estão próximos aos seus fiéis. Portanto, o diálogo da vida funciona bem.
O problema - finalizou o Dom Tauran - é que nas escolas - por exemplo - na hora de
religião, a fé cristã é ensinada em termos de caricaturas, e são os cristãos que depois
pagam o preço. (SP)