Lisboa, 1º dez (RV) - A Agência Ecclesia do episcopado português noticiou que
o novo livro “Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, resultado de
uma entrevista de Bento XVI ao jornalista alemão Peter Seewald, chegou às livrarias
portuguesas no dia de ontem, terça-feira, 30 de novembro. A obra é apresentada como
uma oportunidade para conhecer Bento XVI pelas suas próprias palavras. A tiragem da
primeira edição foi de 10 mil exemplares, e a segunda edição já está pronta.
A
obra que retrata Bento XVI merece um olhar especial por parte da Agência Ecclesia.
Além da apresentação de incertos da obra, dois especialistas apresentam a sua opinião
sobre as palavras do Papa: o Bispo emérito de Aveiro, Dom Antônio Marcelino, fala
de um “passo renovador”, fora dos canais tradicionais; já o teólogo, Jorge Teixeira
da Cunha, explica “o que é novo” nas palavras de Bento XVI sobre temas de Moral.
Para
Dom Antônio Marcelino, “Bento XVI foi sempre um pensador e um teólogo inconformado,
incapaz de dormir descansado quando outros sofrem, mormente quando pensa que, pelas
suas ações ou omissões, ele pode estar, de algum modo, na causa desse sofrimento”.
O bispo emérito de Aveiro em declarações à Ecclesia considera que o Papa “deu,
publicamente, um passo renovador ao falar de problemas, concretos e atuais, fora dos
canais tradicionais. Deu, deste modo, esperança a muitos que, na Igreja, por amor
à Missão e fiéis ao essencial, sentem que, antes da última palavra, é importante que
outras se digam e se escutem”.
Já Jorge Teixeira da Cunha assinala, por sua
vez, a importância das afirmações do Papa sobre o uso do preservativo, a “humanização”
da pessoa e da sua sexualidade.
“Bento XVI não faz um gesto a pender perigosamente
para o lado dos direitos do sujeito, mas faz um gesto de pastor, como é esperado de
um Papa, consolando os que erram e chama-os ao bom caminho da conversão”, indica Teixeira
da Cunha, que é Diretor-Adjunto do núcleo do Porto da Faculdade de Teologia da UCP.
O
jornalista alemão Peter Seewald assegura que Bento XVI não fugiu a nenhuma das 90
perguntas nem “modificou as palavras pronunciadas”, propondo apenas “pequenas correções”
na transcrição final. (SP)