AUDIÊNCIA GERAL: APELO DO PAPA PELA IGREJA NA CHINA
Cidade do Vaticano, 1° dez (RV) - Nesta quarta-feira, Bento XVI encontrou-se
com fiéis e peregrinos, na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a habitual Audiência Geral.
Na catequese de hoje, o Papa falou sobre Santa Juliana de Norwich, mística
inglesa que viveu nas proximidades de Londres no século XIV. Foi um período difícil
caracterizado por guerras e problemas relacionados ao retorno do Papa de Avignon para
Roma.
"Santa Juliana foi uma das testemunhas que Deus não deixa de despertar
num período de tribulação a fim de restaurar a paz, o amor e a alegria. Dedicou-se
inteiramente à oração, meditação e estudo, adquirindo uma profunda maturidade humana
e espiritual, sabedoria e grande compaixão pelos sofrimentos da humanidade. Tornou-se
amiga de Deus e renomada conselheira"- frisou Bento XVI.
Uma das mensagens
centrais de Juliana de Norwich, contidas em seu livro intitulado "Revelações do Amor
Divino", consiste na certeza de que somos amados por Deus e cuidados por sua Providência.
"Deus é amor e só quem se deixa guiar por esse amor, experimenta a verdadeira
paz e a verdadeira alegria" – sublinhou ainda o Santo Padre. O Papa ressaltou que
ainda hoje os mosteiros permanecem oásis de silêncio, paz e esperança, tesouros preciosos
para a Igreja, que lembram a primazia de Deus.
A seguir, Bento XVI fez um
resumo de sua catequese em português, saudou os fiéis de língua portuguesa e concedeu
a todos a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos e irmãs,
No
ano de 1342, nasceu Juliana de Norwich, santa que é venerada tanto pela Igreja Católica
como pela Comunhão Anglicana. Inspirada pelo amor divino, que a ela se manifestou
em dezesseis visões, escolheu a vida de anacoreta, totalmente dedicada à oração, à
meditação e ao estudo. Vivendo assim na companhia e amizade de Deus, cresceu nela
um grande sentido de compaixão pelas tribulações e fraquezas dos outros. Homens e
mulheres de todas as idades e condições procuravam devotamente o conselho e o conforto
de Juliana; e ela, de viva voz e por escrito, em todos sabia acender o optimismo fundado
na certeza de sermos amados por Deus e protegidos pela sua Providência. Se entregarmos
a Deus os desejos mais puros e profundos do nosso coração, nunca ficaremos desiludidos;
no seu amor, tudo resulta para o nosso maior bem.
Amados peregrinos
de língua portuguesa, a minha saudação amiga para todos vós. Da infinidade de coisas
– tantas vezes duras – da vida, aprendei a elevar o coração até ao Pai do Céu, repousando
no seio da sua infinita bondade, e vereis que as dores e aflições da vida vos farão
menos mal. Com estes votos, desça sobre vós e vossas famílias a minha Bênção Apostólica.
No
final da audiência, o Papa fez um apelo em favor da Igreja na China.
Bento
XVI pediu aos fiéis presentes na audiência e aos católicos do mundo inteiro para que
rezem pela Igreja na China que está vivendo momentos particularmente difíceis.
"Peço
à Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos, para que ajude todos os bispos chineses, a mim
tão queridos, a testemunharem sua fé com coragem, colocando toda esperança no Salvador
que esperamos. Confiamos à Virgem todos os católicos desse amado país, para que, com
a sua intercessão, possam viver uma autêntica existência cristã em comunhão com a
Igreja Universal, contribuindo assim para a harmonia e o bem comum de seu nobre povo"
– concluiu o Papa. (MJ)