Lahore, 30 nov (RV) - Um tribunal paquistanês proibiu ontem, segunda-feira,
o Presidente do país, Asif Ali Zardari, de dar o indulto de perdão a Asia Bibi, a
mulher cristã condenada à morte por blasfêmia porque o caso ainda não foi transformado
em apelação. Asia Bibi, de 45 anos e mãe quatro filhos, pediu seu indulto ao presidente
depois de que um tribunal de primeira instância a condenasse à morte no último 8 de
novembro. O Tribunal Superior de Lahore proibiu o Presidente Zardari de perdoar a
mulher em base a um recurso apresentado por Shahid Iqbal, um cidadão paquistanês.
Segundo
o advogado do cidadão, o indulto não seria legal já que o tribunal está estudando
uma apelação contra a sentença emitida contra Bibi. “Nós acreditamos que seja uma
obrigação do tribunal avaliar devidamente as provas contra a mulher, não das pessoas,
e se a considera inocente, então deveria ser liberada” indicou o mesmo advogado.
Os
grupos de defesa dos Direitos humanos solicitaram que a lei sobre a blasfêmia seja
revogada, pois consideram que a mesma discrimina as minorias religiosas que compõem
em torno de 4% dos 170 milhões de habitantes do país.
Na semana passada, um
ministro indicara em um relatório preliminar sobre o caso, que a mulher não tinha
cometido blasfêmia, mas que havia sido acusada injustamente depois de uma disputa.
As condenações por blasfêmia são frequentes embora as penas de morte nunca chegaram
a ser aplicadas. Em sua maioria, as condenações são revogadas em apelação, mas em
algumas ocasiões grupos extremistas acabaram com a vida de pessoas acusadas de blasfêmia.
(SP)