2010-11-29 16:14:56

RIO DE JANEIRO É LÍDER EM MATÉRIA DE FURTOS DE PEÇAS SACRAS


Rio de Janeiro, 29 nov (RV) - O Rio de Janeiro é líder, no Brasil, em matéria de furtos de peças históricas. O Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac) realizou um levantamento do acervo de arte sacra do Estado, nas cidades das regiões norte, noroeste e baixadas litorâneas. Os dados indicaram Campos dos Goytacazes como a cidade com o maior número de bens procurados: 34. O número de furtos também é grande em Cabo Frio.

O levantamento deu origem ao Inventário da Arte Sacra Fluminense, disponível na rede web, desde setembro passado, iniciativa que já deu ensejo à recuperação de algumas peças. Durante a catalogação, foram descobertas peças guardadas em sacristias e esquecidas em armários. Os responsáveis não tinham conhecimento do valor histórico de tais bens.

O museólogo Rafael Azevedo, coordenador-geral do inventário, explicou que o objetivo do levantamento foi tornar o acervo histórico-artístico-religioso do Rio – que é grande – mais conhecido, a fim de motivar a população para a tarefa de preservação desse acervo. Ele acrescentou que o fato de o Rio ser um porto de mar facilita o contrabando das peças roubadas.

O levantamento – que levou um ano para ser concluído – teve como ponto de partida outro inventário, realizado nos anos 1794 e 1795, por Mons. Pizarro, então encarregado de vistoriar as igrejas católicas. O trabalho foi republicado e as peças apresentadas nas obras, procuradas pelos pesquisadores. No próximo ano, a busca, identificação e catalogação das peças sacras fluminenses se estenderão para outras cidades do Estado do Rio.

Os furtos têm obrigado igrejas centenárias a manterem suas portas fechadas. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar – que data de 1720 – perdeu suas imagens originais. Em Nova Iguaçu, a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe, construída em 1737, teve o portal da fachada furtado.

Enquanto isso, em Minas Gerais – outro estado brasileiro a possuir um imenso acervo histórico-artístico-religioso – a Coordenadoria do Patrimônio Cultural do Ministério Público tem catalogados 689 bens desaparecidos. O órgão avalia que o Estado já perdeu 60% de seus tesouros sacros em razão de roubos e furtos. (AF)







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