Lahore, 29 nov (RV) - Munir Masih, um cristão acusado e condenado a 25 anos
de prisão por blasfêmia, foi libertado ontem após pagar fiança, pela Suprema Corte
da cidade paquistanesa de Lahore. Munir, um funcionário do distrito de Kasur, no Punjab,
casado e pai de seis filhos, tinha sido condenado “por ter tocado o Alcorão com as
mãos sujas”. Ele sempre declarou sua inocência, explicando que as acusações infundadas
foram feitas por um vizinho, após uma briga entre seus filhos.
Mesma acusação
foi feita também à esposa do homem, Riqqiya Bibi, condenada a 25 anos e ainda na prisão,
apesar de seus advogados, esperarem na sua libertação: o Supremo Tribunal vai se pronunciar
sobre ela na próxima semana.
O pedido de libertação sob fiança para o casal
cristão foi apresentado três vezes. O casal já havia sido liberado em janeiro de 2009,
para depois ser preso novamente após protestos de militantes muçulmanos. “O caso de
Munir e Riqqiya – explica uma fonte citada pela Agência Fides - confirma a tendência
de que muitos dos veredictos injustos emitidos em primeira instância por blasfêmia,
com base em falsas acusações, são revertidos após investigações do Supremo Tribunal:
isso ocorre em 95% dos casos. Esperemos que isso aconteça também no caso de Asia Bibi,
a primeira mulher cristã condenada à morte por blasfêmia”.
“Entretanto – observa
a mesma fonte –, se apresenta o grave problema das condições em que se encontram os
tribunais de primeira instância, facilmente influenciados por pressões externas, e
da urgente revisão da lei sobre a blasfêmia”. Uma proposta de revisão da norma foi,
de fato, apresentada recentemente à Assembléia Nacional pela parlamentar muçulmana,
Sherry Rehman que também é presidente do prestigioso “Jinnah Institute”. (SP)