PAPA ENCORAJA BISPOS FILIPINOS NA LUTA EM FAVOR DA JUSTIÇA E CONTRA A CORRUPÇÃO
Cidade do Vaticano, 29 nov (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, no final
da manhã desta segunda-feira, na Sala do Consistório, no Vaticano, um grupo de prelados
da Conferência Episcopal das Filipinas, em visita "ad Limina Apostolorum".
A
Igreja Católica nas Filipinas é muito atuante, o que é demonstrado por suas várias
intervenções nos pontos nodais da sociedade: da defesa da vida e da família segundo
a ótica cristã, à luta contra a corrupção e a pena de morte. Foi o que constatou o
Santo Padre na audiência concedida aos referidos prelados do país asiático.
O
Papa pediu aos leigos cristãos um compromisso particular no setor da mídia, a fim
de que contribuam para tornar a mensagem do Evangelho "atraente".
A Igreja
não faz política e este axioma – oriundo do Concílio Vaticano II – tornou-se, sobretudo
desde então, um ponto nodal do Magistério dos Papas do Séc. XX.
Dito isso –
reiterou o Pontífice aos 35 bispos filipinos presentes – a Igreja contribui, sobretudo,
para a construção de uma justa ordem social e de caridade, e "pregando a verdade evangélica
– assim como escrito na Gaudium es Spes – e iluminando todos os setores da atividade
humana com a sua doutrina e com o testemunho dado pelos cristãos, respeita e promove
também a liberdade política e a responsabilidade dos cidadãos".
Uma premissa
do Papa bem apropriada para o trabalho realizado pela Igreja no país que, em toda
a Ásia, conta o maior número de católicos, cerca de 95% de seus mais de 90 milhões
de habitantes.
Por vezes – afirmou o Papa – a tarefa da proclamação do Evangelho
"toca temas relevantes para a esfera política". Bento XVI disse explicitamente apreciar
a Igreja nas Filipinas...
"... por seu compromisso em favor da vida humana
desde a concepção até a morte natural, e em defesa da integridade do matrimônio e
da família. Nesses âmbitos está sendo promovida a verdade sobre a pessoa humana e
sobre a sociedade. Verdade que deriva não somente da Revelação divina, como também
da lei natural, uma ordem que é acessível à razão humana e, portanto, oferece uma
base para o diálogo e um mais profundo discernimento por parte de todas as pessoas
de boa vontade. Vejo também com apreço o trabalho que a Igreja realiza em favor da
abolição da pena de morte em seu país."
Outro setor específico em que a Igreja
"deve sempre encontrar uma sua voz diz respeito – indicou o Santo Padre – ao campo
da comunicação social e da mídia:
"Deve ser apresentada ao público uma voz
uníssona e positiva através dos meios de comunicação novos e antigos, de modo que
a mensagem do Evangelho possa ter um impacto sempre mais forte sobre o povo da nação.
É importante que o laicato católico especialista em comunicação social ocupe o lugar
que lhe compete ao propor a mensagem cristã de modo convincente e atraente."
De
modo sintético, Bento XVI deteve-se, em seguida, sobre um terceiro e não menos importante
aspecto da missão da Igreja na sociedade: o compromisso nas questões econômicas e
sociais, em particular, no que concerne aos mais pobres e mais vulneráveis. O Papa
disse "ser encorajador ver como esse trabalho deu os seus frutos, com as instituições
caritativas católicas engajadas no país inteiro":
"Muitos dos seus concidadãos
permanecem sem trabalho, sem uma adequada educação ou serviço de base, de modo que
as tomadas de posição proféticas dos senhores e a sua ação caritativa em favor dos
pobres continuam sendo muito apreciadas. Junto a esse esforço, os senhores justamente
se preocuparam em manter uma ação de luta contra a corrupção, porque o crescimento
de uma economia justa e sustentável será possível somente quando existir uma clara
e coerente aplicação do Estado de direito em todo o país." (RL)