COMUNIDADE CRISTÃ NO PAQUISTÃO REVOLTADA POR DECISÃO DE TRIBUNAL
Lahore, 29 nov (RV) - Indignação na comunidade cristã no Paquistão pela absolvição
de Chaudhry Naeem, o rico advogado muçulmano acusado de ter estuprado e matado Shazia
Bashir, uma menina cristã de 12 anos assassinada em janeiro de 2010. Chaudry, acusado
junto com seu filho Haris e sua esposa Ghzala, foi absolvido por falta de provas por
um tribunal de primeira instância, em Lahore. A família era acusada de ter forçado
a menina a trabalhar como empregada doméstica em sua casa, de a ter sequestrado e
de tê-la violentada, mas de acordo com a defesa, a absolvição é baseada no fato de
que a acusação não pode demonstar, com provas médicas inconfutáveis, a violência e
o assassinato.
O relatório médico que chegou ao Tribunal, de fato, afirma
que Shazia “faleceu de morte natural, devido a uma doença de pele” e os depoimentos
da mãe da menina e de seus irmãos não foram considerados suficientes pela Corte. “Para
a família de Shazia não será feita jusitlça. Não é a primeira vez que, em tais casos,
o resultado do processo deixa impunes influentes cidadãos muçulmanos, apesar das atrocidades
cometidas contra os cristãos, pobres e desamparados”, disse à agência Fides, Nasir
Saeed, reponsável pelo Centro de Assistência Jurídica, que oferece assistência os
cristãos no Paquistão.
Os advogados e as organizações cristãs que se ocupam
do caso já anunciaram recurso. “Esta sentença mostra que algumas pessoas estão acima
da lei”, disse Peter Jacob, Secretário executivo da “Comissão Justiça e Paz” dos Bispos
do Paquistão. “O veredicto - acrescentou -, mais uma vez comprova a ineficiência e
a falta de independência dos tribunais e é prova de como você pode pilotar os processos”.
(SP)