Genebra, 29 nov (RV) - O número de pessoas que vive em extrema pobreza aumentou
em três milhões por ano na última década, atingindo os 421 milhões em 2007, duas vezes
mais do que em 1980, segundo a ONU. Os dados fazem parte do relatório de 2010 da Conferência
das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) sobre os países mais
pobres do mundo.
Com o título “Rumo a uma Nova Arquitetura Internacional do
Desenvolvimento para os PMAs” (países menos avançados), o documento divulgado nestes
dias em Genebra vem à luz a poucos meses da conferência da ONU sobre os países mais
pobres, que se realizará em maio de 2011, em Istambul.
O relatório faz um balanço
de dez anos da evolução dos 49 países mais pobres do mundo, na sua maioria africanos,
como Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O texto
salienta que embora estes países tenham resistido à recessão, estão ainda imersos
em ciclos de crescimento e retração. O documento sugere que devem se modernizar e
diversificar as suas economias para reduzir a pobreza de forma sustentável.
No
período de maior expansão, de 2002 a 2007, “o rápido crescimento econômico traduziu-se
somente numa fraca redução da pobreza”, diz o relatório, que estima que 53% da população
total dos PMAs vivia na pobreza extrema em 2007.
“São poucos os países que
estão no caminho para conseguir o objetivo de reduzir à metade a pobreza extrema até
2015”, diz o relatório, que caracteriza o crescimento dos 49 países, na última década,
como “não sustentável” e “não inclusivo”.
Destaca ainda o relatório que os
países menos avançados enfrentam um quadro de médio prazo difícil, com baixos níveis
de investimento e fraco desenvolvimento financeiro, dependendo dos níveis de recuperação
do resto do mundo e do aumento de apoios de doadores. (SP)