PAPA: O HOMEM ESTÁ VIVO ATÉ QUANDO EM SEU CORAÇÃO ESTIVER VIVA A ESPERANÇA
Cidade do Vaticano, 28 nov (RV) - O Santo Padre presidiu a oração mariana do
Angelus, deste domingo, na Praça São Pedro, no Vaticano, onde o aguardavam vários
fiéis e peregrinos.
Bento XVI frisou que neste I Domingo do Advento, a Igreja
inicia um novo Ano Litúrgico, um novo caminho de fé que recorda o evento Jesus Cristo.
No Tempo do Advento olhamos tanto para a vinda do Filho de Deus, quando nasce da Virgem
Maria, quanto ao seu retorno glorioso, quando virá a julgar os vivos e os mortos.
O
Papa frisou que este sugestivo tema da expectativa tem um aspecto profundamente humano,
"em que a fé se torna uma só coisa com a nossa carne e o nosso coração".
"A
expectativa, a espera – segundo Bento XVI - é uma dimensão que atravessa toda a nossa
existência pessoal, familiar e social. A expectativa está presente em mil situações
desde as pequenas e banais até as mais importantes que nos envolvem totalmente e profundamente".
E o Papa citou como exemplo o casal que espera um filho, uma pessoa que espera
um parente ou um amigo que vem de longe, a espera de um colóquio de trabalho, a espera
nas relações afetivas, do encontro com a pessoa amada, a expectativa da resposta de
uma carta, do acolhimento do perdão, e outras situações. E Bento XVI acrescentou:
"Pode-se dizer que o homem está vivo até quando sabe esperar, até quando em seu coração
estiver viva a esperança. E o homem reconhece suas expectativas: a nossa 'estatura'
moral e espiritual pode ser medida por aquilo que desejamos, por aquilo em que esperamos."
Podemos nos perguntar, neste Tempo de Advento, que nos prepara para o Natal:
o que espero? Para onde se dirige neste momento o meu coração? Tais perguntas – segundo
o Papa – devem ser feitas pelas famílias, comunidades e nações. "O que nós esperamos,
juntos? O que une as nossas aspirações?" – perguntou ainda o Santo Padre.
Bento
XVI frisou que antes do nascimento de Jesus, era muito forte em Israel a expectativa
do Messias, ou seja, do Consagrado, descendente de Davi, que teria libertado o povo
da escravidão moral e política e instaurado o Reino de Deus.
Ninguém imaginou
que o Messias poderia nascer de uma humilde jovem como Maria, prometida como esposa
a José. Nem ela teria pensado nisso, mas em seu coração a espera do Salvador era tão
grande, a sua fé e a sua esperança eram tão fortes, que Ele pôde encontrar Nela uma
mãe digna" – frisou o Santo Padre.
Bento XVI concluiu a oração mariana do
Angelus exortando os fiéis a aprenderem com Maria, Mulher do Advento, "a viver os
gestos cotidianos com um espírito novo, com o sentimento de uma expectativa profunda,
que somente a vinda do Senhor pode preencher". O Papa concedeu a todos a sua bênção
apostólica. (MJ)