BISPOS CANADENSES CONTESTAM REFORMA DE LEI SOBRE IMIGRAÇÃO
Ottawa, 27 nov (RV) – Em uma carta endereçada ao ministro da Cidadania, da
Imigração e do Multiculturalismo, Jason Kenny, os bispos canadenses manifestam suas
preocupações quanto a um novo projeto de lei para reformar a norma jurídica sobre
imigração e proteção dos refugiados. A lei C-49, como é chamado esse projeto, deverá
ser entregue em breve para exame do Parlamento.
A reforma é direcionada para
aquelas pessoas que são pagas pelos imigrantes para facilitarem a sua entrada ilegal
no país, ou seja, para aqueles que correspondem aos ditos "coiotes", como são chamados
esses "facilitadores" da migração ilegal do México para os Estados Unidos.
O
temor dos bispos do Canadá é o de que a lei trate com mais rigor, não somente esses
"coiotes", como também os imigrantes, "os quais – dizem os prelados – recorrem à ilegalidade
para sair dos seus países por desespero, e não porque são pessoas más".
Na
carta da Comissão Episcopal "Justiça e Paz", comparando a reforma àquela do país vizinho,
lê-se que: "ainda que os Estados Unidos tenham o direito de lutar contra os traficantes
de imigrantes clandestinos, eles têm o dever de tomar medidas que respeitem os diretos
dos imigrantes".
Segundo os prelados, "diversas disposições do conteúdo do
projeto violam as normas do Direito Internacional e do Direito Interno Canadense,
justamente nos pontos que dizem respeito aos direitos dos imigrantes".
O documento
menciona, a esse propósito, a mensagem de Bento XVI para a 97ª Jornada Mundial do
Migrante e do Refugiado, a ser realizada em 2011, que recorda "os compromissos específicos"
assumidos pela comunidade internacional para com essas pessoas, quais sejam o "respeito
pelos seus direitos, segurança e integração social".
À luz dessas considerações,
a carta encerra convidando os membros do Poder Executivo a reverem a lei C-49 e colocando
à disposição a colaboração da Igreja Católica no Canadá para a "busca de uma solução
justa para todas as partes interessadas". (ED)