Dedicada a Santa Catarina de Sena a audiência geral desta quarta
(24/11/2010) Bento XVI vincou hoje a importância da oração e dos sacramentos, particularmente
a Eucaristia, durante a alocução pronunciada durante a audiência geral desta quarta
feira e dedicada a Catarina de Sena (1347-1380), co-padroeira da Europa. Na décima-primeira
catequese dedicada a mulheres santas desde Setembro, o Papa salientou que a vida espiritual
da virgem canonizada em 1461 foi a base para o “papel eminente” que desempenhou na
reforma da Igreja, num período atribulado da sua história. Aos 16 anos, Santa Catarina
entrou no ramo feminino da Ordem Terceira Dominicana, continuando a viver na sua família
de origem, tendo-se dedicado à oração, penitência e obras de caridade, sobretudo em
benefício dos doentes, lembrou Bento XVI. Quando a fama da sua santidade se espalhou,
foi protagonista de uma intensa actividade de aconselhamento espiritual “com todas
as categorias de pessoas: nobres e políticos, artistas e gente do povo, pessoas consagradas,
eclesiásticos, incluindo o Papa Gregório XI, que naquele tempo residia em Avinhão
[França] e que Catarina exortou enérgica e eficazmente a regressar a Roma”. “Viajou
muito para solicitar a reforma interior da Igreja e para favorecer a paz entre os
Estados”, motivo pelo qual o Papa João Paulo II a declarou co-padroeira da Europa:
o Velho Continente nunca esqueça as raízes cristãs que estão na base do seu caminho
e continue a atingir do Evangelho os valores fundamentais que asseguram a justiça
e a concórdia. “Os seus ensinamentos são de tal riqueza que o Servo de Deus [Papa]
Paulo VI a declarou Doutora da Igreja em 1970”, assinalou Bento XVI. Uma das dimensões
mais importantes da espiritualidade de Santa Catarina de Sena é o “cristocentrismo”,
isto é, a centralização em Cristo, que considerava ser “uma ponte lançada entre o
céu e a terra”. O Papa exortou os católicos a imitar esta “união profunda” através
da oração, meditação da Bíblia e dos sacramentos, “recebendo frequentemente e com
devoção a Santa Comunhão”, origem de renovação da esperança e da caridade. À semelhança
de “não poucos santos”, Santa Catarina cultivou “o dom das lágrimas”, através do qual
se renovam os sentimentos vividos por Cristo junto a Lázaro, Marta e Maria e diante
de Jerusalém, afirmou Bento XVI. Referindo-se à importância de Santa Catarina de
Sena na espiritualidade dos padres, o Papa recordou que apesar de ela estar consciente
“das imperfeições humanas dos sacerdotes”, manteve uma “enorme reverência” por eles,
exortando-os a serem “fiéis às suas responsabilidades”, movidos “sempre e apenas pelo
seu amor profundo e constante pela Igreja”. O Papa sublinhou que “também hoje a
Igreja recebe um grande benefício do exercício da maternidade espiritual de muitas
mulheres, consagradas e leigas”. Eis as palavras do Papa em português: “Queridos irmãos
e irmãs, Santa Catarina de Sena, terciária dominicana, foi protagonista, no século
catorze, de uma intensa actividade de aconselhamento espiritual para todas as categorias
de pessoas, incluindo o Papa, a quem chamava o “doce Cristo na Terra”, e a quem exortou
energicamente deixar a Avinhão, para retornar a Roma. No centro da sua religiosidade
estava Cristo, descrito com a imagem de uma ponte levantada entre o céu e a terra.
Amados peregrinos vindos do Brasil e de outros países de língua portuguesa, sede
bem-vindos! Santa Catarina de Sena ensina que a ciência mais sublime consiste em amar
Jesus Cristo e a sua Igreja. Segui o exemplo desta santa, amando Jesus com coragem
e sinceridade, para assim alcançardes a paz e a alegria que vêm de Deus. Ide em paz!”