Nova Déli, 24 nov (RV) – O Dalai Lama está considerando a possibilidade de
abdicar do seu papel de líder político do Tibete. Atualmente, além de líder religioso,
ele está à frente do Parlamento tibetano, cargo ao qual pretende renunciar no próximo
ano.
Essa possibilidade tem sido alvo de especulações por anos, pois os tibetanos
temem pelo destino da sua luta por maior autonomia em relação à China caso ela venha
a ser confirmada. Prêmio Nobel da Paz em 1989, o Dalai Lama manifestou o desejo de
não exercer mais funções políticas, cerimoniais e inaugurações, mantendo, porém, sua
atuação junto às questões relativas à espiritualidade e aos direitos humanos.
A
decisão será tomada após consulta ao Parlamento, que não deverá ser realizada até
março de 2011.
O Dalai Lama, agora com 75 anos, deixou o Tibete em 1959,
depois do acirramento das tenções que seguiram o falimento da insurreição contra a
China. Ele vive atualmente exilado na Índia, de onde atua em prol de uma maior e significativa
autonomia para o Tibete em relação à China. Por muito tempo, o líder dos tibetanos
tem pressionado a China para que o Tibete tenha, entre outras liberdades, língua e
cultura próprias. Os líderes chineses o consideram um separatista radical.
Sob
o comando dos dalai-lamas, o Tibete foi um país independente desde o século XVII até
1950, ano da sua anexação pela China. (ED)