Roma, 23 nov (RV) - Uma forte condenação “dos muitos preconceitos e maus tratos
enfrentados por migrantes, especialmente os da África”. E um apelo “aos países envolvidos,
para que apliquem suas leis de imigração de uma forma justa e honesta”: estão contidos
na mensagem dos participantes do encontro sobre “Novas faces da migração em África
- causas, desafios e perspectivas para o segundo Sínodo Africano e o papel da Igreja
na África”, que teve lugar nos dias 16 e 17 de novembro, em Roma, numa iniciativa
do SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar) e do ICMC (Comissão
Internacional Católica para as Migrações). Estiveram presentes delegados de 22 países
e das Conferências Episcopais da África.
Também no relatório final do encontro,
mais detalhado – informa a agência Sir -, se reafirma que a “discriminação e a rejeição
dos estrangeiros produzem a degradação da dignidade humana entre os migrantes indocumentados,
injustamente punidos”. “A irregularidade da situação no que diz respeito às normas
constitucionais e às políticas nacionais”, sublinham, “não pode justificar tratamentos
desumanos” contra homens e mulheres “que procuram uma vida melhor”. Os participantes
do encontro solicitam aos países desenvolvidos que “não sejam somente construidas
barreiras para impedir a migração, mas que ajudem os países africanos a resolverem
seus problemas econômicos e sócio-políticos”.
As causas da migração em África
- observam na mensagem -, são derivdas da “pobreza, das guerras, do desemprego”, por
isso se pedem também aos líderes africanos que “criem um clima de segurança e liberdade,
junto com outras condições necessárias em termos de bom governo, promoção dos princípios
democráticos e criação de oportunidades de trabalho, de modo a evitar que as pessoas
fujam dos seus países, ou pelo menos, a reduzir a migração”.
À Igreja na África,
os participantes do encontro propõem “exercer o seu papel profético na busca de soluções
para o que leva as pessoas a migrarem, dando especial atenção aos direitos humanos
e à dignidade social de nossos irmãos e irmãs”. SECAM e ICMC se dizem prontos a cooperar
com a sociedade civil organizada e com organizações governamentais, em particular
com a União Africana, para “informar e educar os nossos irmãos africanos sobre os
efeitos negativos da migração, sobre o que significa viver em um país que diferente
do seu. Devem entender que viver na Europa, na América do Norte e Oriente Médio não
é tão róseo como provavelmente imaginam”. (SP)