Londres, 23 nov (RV) - Será o debate sobre a “Anglican communion covenant”
(Pacto da Comunhão Anglicana) o ponto mais importante na agenda do Sínodo Geral da
Igreja da Inglaterra, que tem início nesta terça-feira. Trata-se de um documento que
busca estabelecer um “pacto” dentro da Comunhão Anglicana para manter vivo o diálogo
interno sobre questões que a dividem como as uniões entre pessoas do mesmo sexo e
a ordenação de padres homossexuais. O Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra será inaugurado
pela rainha, na “Church House” após uma Eucaristia celebrada na abadia de Westminster
pelo arcebispo de Cantuária, Rowan Williams.
O Sínodo – refere a agência Sir
– se encerrará no final da tarde de amanhã, quarta-feira, depois de um discurso do
Dr. Williams. A idéia de um “Pacto da Comunhão Anglicana” foi proposta pela primeira
vez no “Relatório Windsor”, em 2004. “Pensamos nesta solução”, disse Steve Jenkins,
porta-voz da Igreja da Inglaterra, “como forma de melhorar as relações e comunicações
entre as várias igrejas que fazem parte da Comunhão Anglicana.
O pacto estabelece
princípios e diretrizes sobre como as igrejas devem se relacionar entre si e como
podem resolver problemas. “O texto foi enviado, em dezembro a todas as igrejas da
Comunhão Anglicana para que fosse aprovado. Se o Sínodo decidir nesta quarta-feira
em adotá-lo, o pacto será depois enviado às dioceses da Igreja da Inglaterra”. Se
for aprovado por mais da metade das dioceses, e dentro delas por mais de 50% dos votos,
o pacto voltará ao Sínodo, que poderá aprová-lo em 2012. Antes não é possível. Steve
Jenkins explica ainda que “não haverá consequências para as igrejas que optarem por
não assiná-lo. Continuarão a fazer parte da Comunhão Anglicana”. O resultado da votação
sobre o pacto será conhecido no final da manhã desta quarta-feira.
Respondendo
às críticas daqueles que fazem parte da Comunhão Anglicana, de que “pacto” a tornaria
“mais dogmática”, Rowan Williams escreveu, na sua carta de Pentecostes à Comunhão
Anglicana, que “o pacto não é concebido como um instrumento de controle. Estamos em
um momento na nossa vida comum, onde comunicações interrompidas e relações frágeis
têm gerado um clima de desconfiança. Aconteça o que acontecer às nossas estruturas
devemos preservar as relações de trabalho e lugares para intercâmbios e discussões”.
(SP)