SANTA SÉ E IRÃ PARTILHAM MESMA OPINIÃO SOBRE A RELIGIÃO
Cidade do Vaticano, 18 nov (RV) - A Santa Sé e o Irã partilham a mesma opinião
sobre o papel público e social da religião. Foi o que emergiu do sétimo Colóquio bilateral
organizado pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso e pelo Centro para
o Diálogo Inter-religioso da Organização para a Cultura e as Relações Islâmicas de
Teerã. O encontro - realizado na semana passada e intitulado “Religião e sociedade
hoje: perspectivas cristãs e muçulmanas” – contou com a participação de uma delegação
do Vaticano liderada pelo Presidente do dicastério, Cardeal Jean Louis Tauran. No
seu retorno a Roma, o Cardeal Tauran fez um balanço à Rádio Vaticano destacando duas
coisas: “em primeiro lugar, a extrema simpatia e educação, que estão na tradição do
povo iraniano, e depois o aspecto concreto. Sabemos que o Papa propôs a criação de
uma comissão bilateral. “Eu fui a Qom, onde nossa delegação - destacou o Cardeal
- manteve contatos com diversas universidades: as universidades desejam uma colaboração
acadêmica com o intercâmbio de professores, e o desejo ao mesmo tempo, de aprofundar
a cooperação e torná-la ainda mais real. Este é realmente o aspecto mais importante
dessa visita”.
O Cardeal Tauran falando sobre a criação da comissão bilateral
para tratar de questões de interesse comum afirmou que o tema não foi tratado no encontro
porque isso é uma responsabilidade da Segunda Sessão, ou seja a das Relações com os
Estados. Eu não trato dessas coias – afirmou o purpurado – acrescentando que é responsabilidade
de Dom Mamberti.
Sobre os temas tratados no encontro o Presidente do Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso destacou a liberdade de religião, sublinhando
que a Santa Sé expressou claramente a sua posição. “É necessário passar da liberdade
de culto à liberdade de religião, isto é à possibilidade reconhecida aos fiéis das
diferentes religiões de participar no diálogo público. Conversamos ainda sobre o diálogo
inter-religioso, que deve continuar e um pouco sobre a situação internacional”, concluiu
Dom Tauran. (SP)