FALTAM SACERDOTES NA EUROPA

Fátima, 16 nov (RV) – No último domingo, 14 de novembro, a Igreja Portuguesa celebrou o Dia Nacional dos Seminários. Por isso, durante toda a última semana, realizou-se um grande número de atividades em prol das vocações sacerdotais em todo o país. Na missa dominical internacional no Santuário de Fátima, o Reitor do Santuário, o Padre Virgilio Antunes refletiu sobre a falta de sacerdotes na Europa.

“A carência de sacerdotes a que assistimos em Portugal e na Europa é um sintoma daquilo que é a sociedade em que vivemos: distante de Deus, fechada à dimensão espiritual da vida e constituída por pessoas cada vez menos generosas e, por isso, incapazes de por Ele dar a vida”, afirmou o Padre Virgílio Antunes durante a homilia da Santa Missa.

No entanto, destacou ainda o sacerdote, a diminuição das vocações deve-se também à atuação da própria Igreja.

“A falta de sacerdotes é também um sintoma daquilo que é a Igreja que formamos: arrefecida na sua fé, como o mundo, voltada mais para a sua organização terrena que para os dons de Deus e para os carismas do Espírito, ocupada com a sua dimensão visível e pouco atenta à invisível. Para além disso, em muitos casos, os filhos da Igreja têm sido autênticos contra-testemunhos”, lamentou o Padre Antunes.

“Depois de tudo o que se conheceu nestas últimas décadas, de tudo o que se disse e no meio do ambiente que se vive, não nos surpreende que sejam poucas as vocações sacerdotais”, afirmou.

“O que fazer então?” perguntou-se o reitor afirmando que “a mudança ainda é possível”.

“Já começamos a redescobrir a força e o valor da oração que converte os corações dos homens e abre o coração de Deus às necessidades dos seus filhos. A Igreja já está fazendo um caminho de purificação, de abertura ao Espírito, de leitura dos sinais positivos e negativos. (…) As vocações sacerdotais continuarão a surgir numa Igreja constituída por pessoas e comunidades que se constroem alicerçadas na fé, confiantes na força da oração, alimentadas pela Palavra e pela Eucaristia, que trabalha com esforço e fadiga, que dá testemunho e persevera. Essa é a Igreja que estamos dispostos a edificar”, concluiu o sacerdote. (SP)