Roma, 13 nov (RV) - Chegou ontem a Roma um grupo de 26 cristãos iraquianos
feridos no ataque de Al-Qaeda contra a catedral sírio-católica de Bagdá, que causou
a morte de 68 pessoas. Os feridos foram transferidos para a Policlínica Gemelli,
de Roma, onde receberão todo o tratamento necessário. O anúncio foi feito pelo Ministério
dos Exteriores italiano, explicando que o Ministro, Franco Frattini, acolheu o apelo
feito pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone. Ontem, o governo
da região da Toscana deu a disponibilidade de acolher os feridos graves que não podem
ser curados e iniciar relações e intercâmbios entre os hospitais da Toscana e hospitais
de Bagdá. A partida do grupo da capital do Iraque coincidiu com uma missa em memória
das 19 vítimas italianas do massacre de Nasiriyah, que foi celebrada precisamente
na catedral sírio-católica. Participou da celebração, por ocasião do sétimo aniversário
do ataque, o embaixador italiano no Iraque, Gerardo Carante.
Enquanto isso,
para a comunidade cristã no país do Golfo, a situação continua dramática. O Arcebispo
caldeu de Mossul, Dom Emil Shimoun Nona, - destacou à agência Sir - que “os cristãos
têm medo porque sabem o que significa ser vítima de violência, já que eles vivem isso
na própria pele”. Segundo o prelado, “a maioria dos cristãos não pensa, no momento,
deixar a cidade, apesar de alguns já terem feito isso”. Contudo, diz Dom Nona, “não
basta o reforço da segurança ao redor das igrejas e lugares de culto cristãos em Mosul,
decidido, após o massacre na igreja em Bagdá, para tranquilizar os fiéis”.
Neste
contexto, acrescenta o Bispo de Mosul, “estamos felizes de que a CEI, Conferência
Episcopal Italiana, tenha promovido para o próximo 21 de novembro um dia de oração
pelos cristãos perseguidos e seus perseguidores. Esperamos que a iniciativa seja adotada
também em outros países”.
O bispo saúda, enfim, com satisfação, a formação
do novo governo após oito meses de impasse institucional: “A presença de um governo
forte e respeitável deveria também ter um impacto positivo sobre a situação dos cristãos.
Até agora, os grupos extremistas têm feito o que querem, agora vamos esperar que a
situação melhore em termos de segurança e estabilidade”. (SP)