CASAS DE MISSÃO, REFERÊNCIA PARA CATÓLICOS CUBANOS
Havana, 09 nov (RV) - "Durante cinquenta anos não foram construídas igrejas
católicas em Cuba e isso fez com que os católicos se reunissem em casas particulares
ou casas de missão, onde vivem comunidades estáveis, celebram-se sacramentos e a santa
missa com regularidade": foi o que disse o Bispo de Holguín, diocese localizada no
leste de Cuba, Dom Emilio Aranguren Echeverría, numa entrevista concedida a um jornal
mexicano.
As casas de missão são um dos pontos fortes da Igreja, segundo o
Plano Global Pastoral 2006-2010 da Conferência Episcopal de Cuba. "Estamos como nos
dias dos Atos dos Apóstolos" – ressaltou Dom Aranguren. Até 1997, a Igreja Católica
contava 123 igrejas ocupadas pelas autoridades, que restituíram "poucas dezenas nos
últimos dez anos" – informou em abril passado a revista 'Palabra Nueva' da Arquidiocese
de Havana.
"As casas de missão começaram a funcionar na década de 80. Começaram
a ganhar força mais significativa em 1993 e 1994. Em Santiago de Cuba, por exemplo,
o Arcebispo construiu uma paróquia numa casa de missão. Existem algumas casas de missão
que têm mais fiéis do que nas igrejas. As casas são administradas por missionários
e agentes pastorais que nem sempre são sacerdotes ou religiosas" – frisou Dom Aranguren.
"Depois
do atrito com o Governo nos anos 60, a comunidade católica passou décadas no silêncio
e na discriminação, e começou a reviver em meados da década de 80" – sublinhou o prelado.
Em
maio de 2011, terão passados 50 anos da eliminação das escolas católicas, em Cuba,
por parte do Governo. "A Igreja não está pensando em restabelecer aquele sistema,
mas certamente não exclui a educação religiosa" – ressaltou o bispo.
No Plano
Global, a Igreja decidiu buscar "novas oportunidades de presença na sociedade entre
os pobres, nas áreas rurais remotas, entre as famílias dos detentos, com as mães solteiras,
com os filhos de pais divorciados, com os idosos abandonados e com os jovens que nasceram
e cresceram nos longos anos de ateísmo estrutural" - concluiu Dom Aranguren. (MJ)