A crise de confiança na vida na mensagem do Papa aos bispos italianos, reunidos em assembleia plenária

(9/11/2010) Bento XVI manifestou a sua preocupação perante uma “crise de confiança na vida", assinalando que é preciso mais do que um "apelo genérico aos valores".
Numa mensagem ao presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Angelo Bagnasco, por ocasião da 62ª assembleia geral da instituição, que decorre em Assis, o Papa defendeu uma "aliança" educativa que parta "de uma nova proximidade às famílias".
Citando as recentemente publicadas orientações pastorais da CEI, Bento XVI aludiu ao “eclipse do sentido de Deus” e ao ofuscar da “dimensão da interioridade” como sinais da refeida “crise de confiança”, com influência “relevante no processo educativo”.
Elogiando as opções tomadas pela CEI para o próximo decénio, num novo plano pastoral, o Papa definiu como "muito oportuna" a escolha do “primado educativo".
A mensagem papal destaca ainda a importância da liturgia, defendendo um “sábio equilíbiro” entre "continuidade e novidade", "tradição e actualização".
“Cada verdadeiro reformador obedece à fé: não se move de forma arbitrária nem se atribui alguma arbitrariedade sobre o rito; não é o dono, mas custodia o tesouro instituído pelo Senhor e a nós confiado", precisou.
Nesse sentido, o Papa exortou os membros da CEI a “valorizar a liturgia como fonte perene de educação à vida boa do Evangelho".
Na abertura dos trabalhos, o cardeal Bagnasco reconheceu"pecados de omissão" e "traição da confiança" ao falar sobre os casos abusos sexuais cometidos por membros do clero, convidando à "vigilância" e "atenção".