2010-11-07 16:11:56

PESSOAS FELIZES


Rio de Janeiro, 07 nov (RV) - Neste início de novembro, celebramos a solenidade de Todos os Santos que nos convida a contemplar o nosso fim ultimo e, principalmente, a nossa vocação comum que é a santidade. Ser santo é ser bem aventurado, é ser feliz no Senhor! Nesta sociedade que busca encontrar seus caminhos ou mesmo que não se preocupa com o sentido último de sua vida, esta festa é um grande grito de esperança de vida e tempos melhores.

Buscar a santidade é lutar contra o pecado, pois ele é a grande muralha que nos separa de Deus e nos impede de ser santos. É também a raiz de todos os males e violências em nosso mundo. Basta olhar ao redor para ver para onde estamos sendo conduzidos pelo mal. O Catecismo da Igreja diz, sobre a gravidade do pecado: “Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem conseqüências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro” (CIC nº. 1488). São Paulo é muito claro: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Tudo o que há de mal na história do homem e do mundo é conseqüência do pecado, que começou com Adão. Diz o Apóstolo: “Por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte e assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rom 5,12). A Encarnação do Verbo foi para destruir, na sua carne, a escravidão do pecado. “Como imperou o pecado na morte, assim também imperou a graça por meio da justiça, para a vida eterna, através de Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5,21). O demônio escravizou a humanidade com a corrente do pecado. Jesus veio para quebrar essa corrente. São João ensina: “Sabeis que Ele se manifestou para tirar os pecados”(1Jo 3,5). “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou, para destruir as obras do diabo” (1Jo 3,8).

A Igreja comemora a solenidade de Todos os Santos no dia primeiro de novembro, mas no Brasil quando este dia cai em dia de semana é sempre transferida a festa para o domingo seguinte como neste ano de 2010. Os homens e as mulheres que a Igreja Católica chama de “Santos”, são milhares, de todas as condições de vida, raças, cores, culturas, países. Uma coisa há em comum: todos: foram heroicamente bons. Os processos de beatificação e canonização são rigorosíssimos e demorados. Esse poder que leva à santidade vem da Redenção que Cristo trouxe. Venceu o pecado, remiu-nos da escravidão do demônio, e deixou-nos a “graça”, e os meios necessários para nos ajudar a ser santos: a Santa Palavra, os Sacramentos, a Oração, a valorização do sofrimento, do trabalho, da família, da penitência. Cristo estabeleceu uma Igreja que tem todos os meios requeridos para fazer os homens santos. O ideal de santidade evoluiu no decorrer dos dois mil anos da Igreja. Ser santo hoje é aquele que coloca em prática a Palavra de Deus no seguimento radical de Jesus Cristo.

Viver com alegria a busca da conversão que nos conduz à santidade é a grande contribuição que cada cristão católico pode dar à sociedade hodierna. A beleza da vida em Cristo deve contagiar as pessoas para viverem ainda mais com alegria o amor e perdão ao próximo.

A Igreja conta com tantos belos e comoventes exemplos de pessoas que viveram nas mais diversas circunstâncias e épocas uma caminhada exemplar de vida que, além da admiração das pessoas de seu tempo, a vida ultrapassou fronteiras e épocas e até hoje continua sendo exemplo para nossas vidas.

Encontramos todos os tipos de situações sociais e todas as idades vivendo a santidade. Num tempo em que se perderam as referências de vidas santas e belas somos chamados a retomar com o coração aberto o ensino da Palavra através da vida das pessoas que nos chamam a caminhar na santidade.

Ao iniciar este mês refletindo e rezando pelos fiéis defuntos, recordando os limites de nossa vida neste mundo, nós começamos também acolhendo o anúncio de nossa vocação comum que é a santidade. Que cada um de nós responda com generosidade ao chamado e caminhe com desenvoltura na direção do Senhor Jesus que é o caminho para o Pai!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ







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