Barcelona, 07 nov (RV) - Bento XVI presidiu a celebração eucarística, neste
domingo, na Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, na Espanha, no âmbito de sua
18ª Viagem Apostólica Internacional.
O Papa consagrou a Basílica da Sagrada
Família, em construção desde 1882, e recordou, em sua homilia, o arquiteto espanhol
Antoni Gaudí, que projetou esse templo. Bento XVI o definiu "arquiteto genial e cristão
coerente, cuja chama da fé permaneceu acesa até o fim de sua vida, vivida com dignidade
e austeridade absoluta" – frisou Bento XVI – que acrescentou: "Dedicamos este espaço
sagrado a Deus, que se revelou e se doou a nós em Cristo para ser definitivamente
Deus com os homens. Ele é a rocha sobre a qual se funda a nossa fé. Apoiados nesta
fé, procuramos juntos mostrar ao mundo o rosto de Deus, que é amor e o único que pode
responder aos anseios de plenitude do homem. Esta é a grande tarefa, mostrar a todos
que Deus é Deus de paz e não de violência, de liberdade e não de constrição, de concórdia
e não de discórdia. Gaudí com a sua obra, nos mostra que Deus é a verdadeira medida
do homem, que o segredo da verdadeira originalidade consiste, como ele dizia, em voltar
à origem que é Deus."
Bento XVI recordou que a iniciativa de construção dessa
basílica é da Associação dos Amigos de São José, que quiseram dedicá-la à Sagrada
Família de Nazaré. "Os patrocinadores desta igreja queriam mostrar ao mundo o amor,
o trabalho e o serviço vividos diante de Deus, assim como viveu a Sagrada Família
de Nazaré" – frisou o pontífice.
O Santo Padre falou ainda sobre os progressos
sociais obtidos pelo mundo atual, frisando que com eles "devem estar sempre presentes
os progressos morais, como a atenção, a proteção e a ajuda à família, porque o amor
generoso e indissolúvel de um homem e uma mulher são o quadro eficaz e o fundamento
da vida humana em sua gestação, no nascimento, no crescimento e em seu fim natural.
Somente onde existem amor e fidelidade, nasce e perdura a verdadeira liberdade" –
disse ainda o Papa.
"Por isso, a Igreja invoca adequadas medidas econômicas
e sociais para que a mulher possa encontrar a sua plena realização em casa e no trabalho,
para que o homem e a mulher que se unem em matrimônio e formam uma família sejam ajudados
pelo Estado, para que se defenda como sagrada e inviolável a vida dos filhos desde
o momento da concepção, para que a natalidade seja estimada, valorizada e defendida
no plano jurídico, social e legislativo. Por isso, a Igreja se opõe a toda forma de
negação da vida humana e apóia tudo aquilo que promove a ordem natural no âmbito da
instituição familiar" – concluiu Bento XVI. (MJ)