Multiplicar gestos concretos de solidariedade concreta e constante, mostrando assim
que a caridade é o distintivo da nossa condição cristã. Foi o convite do Papa durante
a visita á “Obra Benéfica e Social do Menino Jesus”, em Barcelona.
(7/11/2010) “A Igreja é aquele abraço de Deus no qual os homens aprendem a abraçar
também os seus irmãos” – tinha declarado o Papa, sábado, na catedral de Santiago,
depois do tradicional “abraço” à imagem do Apóstolo, rito dos peregrinos de Compostela.
Antes de regressar a Roma, na conclusão destes dois dias em Espanha, Bento XVI
concretizou isto mesmo, na tarde deste domingo, deslocando-se a uma Casa de acompanhamento
de pessoas deficientes: a “Obra Benéfica e Social do Menino Jesus”, em Barcelona,
instituição fundada há uns 120 anos e dirigida pelas Irmãs Franciscanas do Sagrado
Coração. Foi uma maneira de “abraçar” as crianças e jovens ali acolhidos, mas
também tantas pessoas que se dedicam, aqui ou em qualquer outra parte, ao serviço
dos mais desprotegidos. O Papa quis exprimir igualmente o seu reconhecimento às autoridades
e a todos os que contribuem para manter estas obras sociais, bem necessárias por maioria
de razão nestes tempos de crise económica e social, como o disse expressamente o próprio
Bento XVI, falando em catalão:
“Nestes momentos em que muitos lares enfrentam
sérias dificuldades económicas, os discípulos de Cristo temos que multiplicar gestos
concretos de solidariedade efectiva e constante, para qye seja claro que é a caridade
o distintivo da nossa condição cristã”.
Aludindo à igreja da Sagrada Família,
da celebração da manhã, o Papa sublinhou que, se “o templo é sinal do verdadeiro santuário
entre Deus e os homens”, o facto é que, “para o cristão, todo o homem é um verdadeiro
santuário de Deus, a tratar com grande respeito e carinho, sobretudo quando se encontra
em necessidade”.
Pode-se desde já dizer, num primeiro balanço geral desta
viagem papal, que a insistência na dimensão social do testemunho cristão constituiu
uma das constantes das intervenções públicas do Papa. Na homilia de Santiago, por
exemplo, antes ainda de falar da tragédia que constitui para a Europa a percepção
de Deus como inimigo da liberdade do homem, Bento XVI recordara “a humildade de Cristo”
que veio “para servir e não para ser servido”. “Um serviço que (sublinhou) não se
mede por critérios mundanos do imediato, do mundano, do que dá nas vistas”. Trata-se
antes de “tornar presente o amor de Deus”, com “os gestos mais simples”. Um “novo
modo de relacionar-se, baseado na lógica do amor e do serviço”. Foi o que todos
aqui puderam ver, através das imagens televisivas, no encontro caseiro, familiar,
na máxima simplicidade, último encontro desta décima oitava viagem apostólica de Bento
XVI fora de Itália. De Espanha, para a RV, PG