CARDEAL BAGNASCO: MUNDO AINDA PRECISA DE SANTIDADE
Cidade do Vaticano, 03 nov (RV) - "A santidade é deixar emergir em nós a beleza
de Jesus", "dada no Batismo", "confiada à nossa liberdade", "feita de gestos, palavras
e sentimentos". Foi o que destacou o Arcebispo de Gênova e Presidente da Conferência
Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, na homilia feita nesta segunda-feira,
na Catedral de São Lourenço, por ocasião da celebração da missa de Todos os Santos,
cuja solenidade a Igreja no Brasil celebrará no próximo domingo.
"A santidade
é um dom, uma graça a ser pedida humildemente – ressaltou o purpurado – mas também
uma responsabilidade que exige um trabalho sério e cotidiano, renúncias e escolhas
até mesmo dolorosas, exige amor e obediência, sobretudo, quando não se entende aonde
o bom Deus nos conduz."
O Cardeal Bagnasco explicou que "o mundo de hoje ainda
precisa de santidade porque se encontra envelhecido, não se quer bem e perdeu a bússola".
"Não falo do povo em seu conjunto, das pessoas que vivem com dignidade e compromisso
os deveres cotidianos, que vivem a fé e o amor à Igreja sem fazer barulho – acrescentou
o Arcebispo – "mas daquele modo de pensar que todos os dias aumenta a voz para fazer-se
ouvir e, mais ainda, para impor seus pontos de vista.
Aquele modo que, arrogante
– continuou – de modo alterado ou tácito, pretende condicionar as mentes e fazer que
se acredite que aquele modo de pensar e de viver já é de todos.
De fato, a
santidade "vai contracorrente, fala fora do coro, é julgamento e chamado à salvação".
Nesse sentido, os santos – frisou – "são a prova de que é possível um mundo diferente,
não importa se o mundo em que vivemos é um mundo distraído e superficial, se vai atrás
de ilusões e mentiras", porque "Jesus ensina que a semente deve ser lançada" e que
"Deus está sempre à obra com os seus tempos".
Respondendo à pergunta que hoje
se faz, "se o mundo ainda se interessa pelos santos", o Presidente dos bispos italianos
respondeu: "não podemos dizer que os santos fazem notícia, mas certamente fazem bem
a quem os conhece".
"O bom exemplo é sempre atraente, exerce sempre um fascínio
benéfico, é sentido como um chamado contagioso, confirma uma secreta saudade do Céu,
nos diz que é possível viver de modo límpido mesmo em meio a pântanos de todo tipo."
"Quanto
mais os critérios e os costumes de uma cultura se embrutecem – observou o Cardeal
– mais o espírito reage, sonha, e busca modos diferentes de pensar e de viver, modos
luminosos e altos que expressam a verdadeira humanidade do homem. Eis o motivo pelo
qual os santos jamais ficarão fora de moda: alguns poderão zombar deles crendo-se
emancipados e modernos, sem se dar conta de se encontrarem, ao invés, distantes da
realidade, mas os santos permanecerão sempre atuais."
Por fim, um encorajamento
a todos os fiéis a "não se deixarem impressionar se, por vezes, parece que o mal sufoque
o bem: o Senhor Jesus nos assegura que a luz vence sempre" e nos exorta a "caminharmos
na santidade certos da sua graça e a ajudar-nos reciprocamente, a sustentar-nos com
a palavra, a oração e o exemplo". (RL)