2010-10-28 17:25:24

PAPA: PESQUISA CIÊNTÍFICA SEJA LUGAR DE DIÁLOGO E ENCONTRO ENTRE HOMEM E SEU CRIADOR


Cidade do Vaticano, 28 out (RV) - Que a ciência seja sempre endereçada à busca da verdade: foi a exortação do Santo Padre dirigida aos participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências, recebidos em audiência na manhã desta quinta-feira, na Sala Clementina, no Vaticano.

O Papa evidenciou os pontos de contato entre fé e pesquisa científica e reiterou o encorajamento da Igreja em favor de um progresso científico que seja realmente benéfico para a humanidade. O Pontífice recordou, com afeto e gratidão, o físico Nicola Cabibbo, Presidente da Academia, recentemente falecido.

Não é preciso olhar para a ciência como se fosse uma panacéia, nem com sentimentos de medo: foi o que ressaltou Bento XVI, chamando atenção para essas duas visões extremistas da pesquisa científica. Em seguida, o Santo Padre se deteve sobre o objetivo real da ciência, considerando também os extraordinários avanços do último século:

"A sua tarefa era e permanece sendo uma busca paciente e, ao mesmo tempo, apaixonada pela verdade, concernente o cosmo, a natureza" e o ser humano – observou.

Uma busca – acrescentou – que pode conhecer "sucessos e falimentos". E cujo desenvolvimento pode viver momentos gloriosos, quando se descobrem aspectos complexos da natureza; mas também de humildade, quando teorias que se consideravam ter descoberto alguns fenômenos se revelam, ao invés, apenas parciais.

O Papa reiterou a estima da Igreja pelos pesquisadores científicos e a gratidão por seus esforços, que continua a encorajar.

Além disso – acrescentou – também os cientistas "apreciam sempre mais a necessidade de abrir-se à Filosofia" para descobrir a "fundação lógica e epistemológica" de sua metodologia.

"Por sua vez, a Igreja tem a convicção de que, terminantemente, a atividade científica se beneficia do reconhecimento da dimensão espiritual do homem e da sua busca" de respostas últimas.

Foram palavras acompanhadas de um auspício de colaboração entre fé e ciência:

"Os cientistas não criam o mundo" – disse. Ao invés, buscam imitar as leis que a natureza nos manifesta. Por isso, a experiência dos cientistas como seres humanos – prosseguiu – é a experiência da percepção de uma lei, de um logos. Isso – observou – nos leva "a admitir a existência de uma Razão onipotente que é diversa do homem e que rege o mundo".

Esse – frisou – é "o ponto de encontro entre a ciência natural e a religião". Portanto, como resultado a ciência "torna-se um lugar de diálogo, de encontro entre o homem e a natureza e, potencialmente, até mesmo entre o homem e o seu Criador". (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.