A investigação cientifica seja lugar de dialogo e encontro entre o homem e o seu Criador.
Bento XVI aos participantes da plenária da Academia Pontifícia das Ciências
(28/10/2010) A ciência tenha sempre como seu objectivo a procura da verdade: esta
a exortação de Bento XVI dirigida na manhã desta quinta feira aos participantes na
plenária da Academia Pontifícia das Ciências, recebidos em audiência no Vaticano.
O Papa pôs em realce os pontos de contacto entre a fé a pesquisa cientifica e reafirmou
o encorajamento da Igreja para um progresso cientifico que seja verdadeiramente um
beneficio para a humanidade. A tarefa da ciência – disse o Papa – era e continua
a ser uma procura paciente e ao mesmo tempo apaixonada da verdade, acerca do cosmo,
da natureza e do ser humano. Uma procura que pode conhecer sucessos e insucessos ,
e cujo desenvolvimento pode viver momentos de exaltação quando se descobrem aspectos
complexos da natureza, mas também de humildade quando teorias que se pensava tivessem
descoberto alguns fenómenos se revelam pelo contrario apenas parciais. Bento XVI
reafirmou a estima da Igreja pelos investigadores científicos e a gratidão pelos seus
esforços que continua a encorajar. No fim de contas – acrescentou – também os cientistas
apreciam cada vez mais a necessidade de abrir-se á filosofia para descobrir o fundamento
lógico e epistemológico da sua metodologia. Por seu lado - afirmou - a Igreja
está convencida que em definitivo a actividade cientifica recebe benefícios do reconhecimento
da dimensão espiritual do homem e da sua procura de respostas ultimas. E a este propósito
o Papa auspiciou uma colaboração entre fé e ciência. Os cientistas – afirmou o
Papa – não criam o mundo. Procuram imitar as leis que a natureza nos manifesta. A
experiencia dos cientistas como seres humanos, é portanto aquela da percepção de
uma lei, de um logos. Isto, observou, leva-nos a admitir a existência de uma Razão
omnipotente que sustenta o mundo. Este – salientou Bento XVI – é o ponto de encontro
entre a ciência natural e a religião. Como resultado, portanto, a ciência torna-se
um lugar de diálogo, de encontro entre o homem e a natureza, e potencialmente, até
mesmo entre o homem e o seu Criador. Com uma referencia á experiencia cientifica
do século XX, tema da assembleia plenária da Academia pontifícia das Ciências, o Papa
ofereceu uma reflexão ulterior sobre os resultados que a ciência deveria perseguir: “Antes
de mais – constatou – visto que a multiplicação dos desenvolvimentos científicos aumentam
a nossa maravilha sobre a complexidade da natureza, é cada vez mais perceptível a
necessidade de um contacto interdisciplinar legado a uma reflexão filosófica que
leve a uma síntese . Além disso, acrescentou o Papa, o progresso cientifico deve ser
sempre realizado em vista da fraternidade e da paz para ajudar a resolver os grandes
problemas da humanidade e para dirigir os esforços de cada um para o bem verdadeiro
do homem e o desenvolvimento integral dos povos do mundo inteiro. No século XXI,
concluiu o Papa , o progresso poderá portanto definir-se positivo se os cientistas
conseguirem aplicar as suas descobertas tendo em conta aquilo que é justo e bom .