GUATEMALA: IGREJA REITERA COMPROMISSO PELA VIDA DIANTE DA PENA DE MORTE
Cidade da Guatemala, 26 out (RV) - A comunidade internacional expressou preocupação
por uma resolução do Congresso da Guatemala que deposita nas mãos do Presidente da
República a decisão de aplicar ou não a pena de morte por injeção letal para os condenados
por tribunais de justiça.
A Igreja Católica na Guatemala, por meio da Conferência
Episcopal, expressou-se várias vezes a favor da vida, um dos pontos principais de
seu compromisso pastoral.
Na carta pastoral intitulada "A Glória de Deus é
o homem vivo", de 20 de abril de 2007, os bispos afirmam: "A Igreja, com sua benéfica
presença em todos os segmentos da sociedade, não pode renunciar à sua clara missão
de ser, como o seu fundador, Jesus Cristo, fiel defensora da vida".
A União
Europeia (UE), um dos maiores parceiros para o desenvolvimento da Guatemala, deplorou
a resolução dos deputados locais, considerando-a um sinal preocupante enviado à comunidade
internacional justamente quando se registra um consenso global em defesa da abolição
universal da pena de morte.
Na Guatemala, que tentou realizar – sem resultados
– a reforma do sistema judiciário e da segurança pública, existem 41 prisioneiros
condenados à morte por seqüestro ou homicídio. Guatemala, Cuba e Estados Unidos são
os únicos países da América em que ainda vigora a pena de morte.
Na Guatemala
a pena de morte estava suspensa desde o governo do Presidente Alfonso Portillo, de
2000 a 2004. A possível retomada da pena de morte, com a iniciativa da graça presidencial
adotada no último dia 5, pelos deputados, passa agora sob a responsabilidade do presidente
Álvaro Colom.
A União Europeia frisou que a violência e o crime organizado
são um grande problema na Guatemala e ressaltou que as autoridades desse país da América
Central deveriam trabalhar pela progressiva abolição da pena de morte.
O Presidente
Colom já afirmou que recusa a responsabilidade de decidir se administrará ou não a
injeção letal a um condenado. A restituição ao presidente do poder de conceder ou
negar a graça aos detentos condenados à morte por injeção letal foi proposta por vários
partidos políticos com a motivação de combate à criminalidade que aflige a nação.
(MJ)