Apresentada a mensagem final do Sínodo para o Médio Oriente. Apelo a testemunhar
a fé na unidade, a condenação da violência , do terrorismo, qualquer que seja a sua
origem, e do extremismo religioso, e o pedido á ONU a pôr termo á ocupação dos diferentes
territórios árabes
(23/10/2010) Firmeza na fé, colaboração na unidade e comunhão no testemunho: são
os três apelos contidos na Mensagem final do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente,
apresentado e votada na tarde desta sexta feira. O documento, escrito em italiano,
inglês, francês e árabe foi lido na aula sinodal por D. Cyrille Bustros e D. William
Shomali, respectivamente presidente e vice-presidente da comissão sinodal para a Mensagem
Aos fiéis é pedido perseverança nas dificuldades, aos padres que dêem o bom exemplo
e aos leigos que tenham a coragem de dizer a verdade com objectividade. Com tom
apaixonado o Sínodo fala ás famílias, célula viva da sociedade, ás mulheres para as
quais se auspicia uma maior responsabilidade na vida publica, aos jovens para que
superem materialismo e consumismo. A mensagem final do sínodo agradece aos jornalistas,
ás escolas, aos movimentos eclesiais e sociais pelo seu trabalho levado por diante
sem descriminações. O documento pede depois aos emigrantes que mantenham os laços
materiais e espirituais com a sua pátria; para os emigrantes, definidos um enriquecimento,
reafirma-se a tutela dos direitos. Depois a pagina do diálogo, ecuménico e interreligioso:
o primeiro deve prosseguir, trabalhando juntos pelo bem dos cristãos; o segundo deve
ser articulado com judeus e muçulmanos evitando desequilíbrios e promovendo a justiça
e a paz. Acerca do aspecto politico, o sínodo chama em causa os governos locais e
a comunidade internacional, para que tutelem o direito de cidadania, a liberdade de
consciência e de culto. Para o conflito entre israelitas e palestinianos , a solução
dos dois estados seja uma realidade e não permaneça um sonho, afirma a Mensagem e
o Iraque veja o fim de uma guerra assassina. Depois de terem pedido que a comunidade
internacional e em particular a ONU, adoptem as medidas necessárias para pôr termo
á ocupação dos diferentes territórios árabes segundo o mandato das resoluções do Conselho
de Segurança os padres sinodais afirmam: o povo palestiniano poderá assim ter uma
pátria independente e soberana e viver ali em dignidade e estabilidade, enquanto que
o estado de Israel poderá gozar a paz e a segurança dentro das fronteiras reconhecidas
internacionalmente .A Cidade Santa de Jerusalém acrescentam depois - poderá encontrar
o estatuto justo que respeitará o seu carácter particular, a sua santidade, o seu
património religioso para cada uma das três religiões, judaica, cristã e muçulmana. Na
sua mensagem final os padres sinodais condenam depois a violência e o terrorismo,
qualquer que seja a sua origem , e o extremismo religioso. Condenam todas as formas
de racismo, antisemitismo, anticristianismo e islamofobia e pedem ás religiões que
assumam as suas responsabilidades na promoção do diálogo das culturas e das civilizações
na região do Médio Oriente e no mundo inteiro. O Concilio Vaticano II , recorda
a mensagem – publicou o documento Nostra Aetate, acerca do dialogo com as religiões,
com o judaísmo, o islão e as outras religiões. Outros documentos precisaram e desenvolveram
as relações com o judaísmo. Existe depois um dialogo continuo entre a Igreja e os
representantes do judaísmo. Esperamos que este diálogo possa levar-nos a agir junto
dos responsáveis para pôr termo ao conflito politico que não cessa de nos separar
e de perturbar a vida dos nossos países . Segundo os padres sinodais é tempo de
nos empenharmos juntamente por uma paz sincera, justa e definitiva. Nós todos somos
interpelados pela Palavra de Deus que fala de paz. Não é permitido – recorda
depois a mensagem final do Sínodo para o Médio Oriente – fazer recurso a posições
teológicas bíblicas para fazer delas um instrumento que justifica as injustiças. Pelo
contrario o recurso á religião deve levar cada pessoa a ver o rosto de Deus no outro
e a tratá-lo segundo os atributos de Deus e os seus mandamentos, quer dizer, segundo
a bondade de Deus, a sua justiça, a sua misericórdia e o seu amor por nós.