Do Sínodo para o Médio Oriente um não vigoroso á violência em nome da religião. Cristãos,
judeus e muçulmanos unam-se pela paz
(22/10/2010) Os participantes no Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente lançaram
um apelo aos cristãos, judeus e muçulmanos da região, para que digam “não” à violência
em nome da religião. No documento conclusivo que vai ser entregue ao Papa, os 185
presentes nesta reunião magna abordam a questão do fanatismo e do extremismo, do anti-semitismo,
do fundamentalismo e da violência, deixando votos de que os fiéis das várias religiões
se unam “para promover a liberdade, a justiça e a paz”. No elenco final das propostas,
aborda-se o tema das perseguições aos cristãos, pedindo-se a ajuda da comunidade internacional
para pôr fim às tensões e restabelecer a paz na região. A lista provisória foi
apresentada esta Quinta-feira, 21 de Outubro, pelo secretário especial do Sínodo,
D. Joseph Soueif, arcebispo cipriota. Após estudo e discussão por parte dos intervenientes
na assembleia, o elenco das propostas é votado neste sábado 23 de Outubro, antecedendo
a missa de encerramento, no próximo Domingo, que será presidida por Bento XVI A
presença cristã no Médio Oriente,a comunhão eclesial e o testemunho: são estes, em
geral os três macro-temas analisados no elenco único das proposições. Macro-temas
que naturalmente sintetizam todas as intervenções efectuadas em assembleia geral nos
dias passados Com a premissa da importância da Palavra de Deus, cuja leitura e
meditação deve ser encorajada e promovida, enfrenta-se o tema das perseguições dos
cristãos, contra as quais se pede ajuda á comunidade internacional para que ponha
termo ás tensões e restabeleça a paz na região medioriental. O sínodo analisa depois
a questão das migrações, tanto externas como internas, com a exortação aos fiéis a
não vender as propriedades na pátria e a sugestão a encorajar as peregrinações, formar
seminaristas para as missões, acolher os trabalhadores emigrantes tutelando-os no
plano jurídico e humanitário. Acerca da comunhão eclesial, recorda-se que o ecumenismo
é obra do Espírito Santo e reafirma-se o dom representado pelos movimentos eclesiais
que trabalhem em união com os bispos locais, o apoio á pastoral das vocações, a unificação
das datas do Natal e da Páscoa e a instituição de uma festa anual para os mártires
das Igrejas Orientais. Central o encorajamento á vida monástica e contemplativa, assim
como aos jovens e ás mulheres, leigas e religiosas, ao serviço da família, da educação
e da saúde. Forte apelo a valorizar a catequese para que o Evangelho seja proposto
sem timidez nem provocação. Atenção especifica é dedicada á salvaguarda da criação,
aos mass media, á missão, á Doutrina social da Igreja e á liturgia; âmbitos que
devem ser relançados e renovados com um olhar para o contexto contemporâneo . A lista
das propostas abre também a pagina do dialogo interreligioso que deve ser reforçado
purificando a memoria e perdoando o passado