Urgência no desenvolvimento das relações entre Igrejas e Estado
(20/10/2010) O cardeal D. Péter Erdö, presidente do Conselho das Conferências Episcopais
da Europa, defende que há “uma grande urgência” de desenvolver as relações entre as
Igrejas cristãs e o Estado. O prelado húngaro expressou esta posição na intervenção
de abertura do 2.º fórum entre cristãos católicos e ortodoxos, dedicado ao tema “Relações
entre Igreja e Estado: perspectivas teológicas e históricas”, que decorre na ilha
grega de Rodes, até ao próximo dia 22. “Estou convencido que há verdadeiramente
uma grande urgência e uma possibilidade real de desenvolver mais as relações entre
a Igreja e o Estado num momento da Histórica como aquele que vivemos actualmente”,
afirmou. Quando há desejo de “servir as pessoas mais do que as ideologias”, é possível
encontrar “uma certa convergência” que aproxima ambas as partes no desejo de que o
cristianismo, “com o seu património cultural, moral e espiritual, esteja também presente
na via pública”, disse o responsável. D. Péter Erdö recordou que a “distinção clara”
entre Igreja e Estado não implica o afastamento mútuo, excepto em “momentos precisos
da História” caracterizados pelas “grandes dificuldades” enfrentadas pelos fiéis no
seguimento de “ideologias anti-cristãs”. O arcebispo de Esztergom-Budapeste alertou
para o perigo de “outro tipo de separação, que não distingue somente a Igreja do Estado,
mas quer também distanciar a fé da vida quotidiana e social”, conduzindo à “secularização”
e a desequilíbrios na vida pessoal, familiar e comunitária. Depois de realçar que
os participantes no encontro “representam toda a realidade europeia da ortodoxia e
do catolicismo”, D. Péter Erdö fez votos de que o trabalho comum das Igrejas seja
visto como “um sinal da disponibilidade dos cristãos para um diálogo firme e frutuoso
com os Estado”.