SÍNODO DOS BISPOS: TESTEMUNHO A SERVIÇO DA PAZ NO ORIENTE MÉDIO
Cidade do Vaticano, 19 out (RV) - Prosseguiram nesta terça-feira, a portas
fechadas, os trabalhos do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, em andamento, no
Vaticano, com o tema "comunhão e testemunho". Esteve na programação do dia, a preparação
das Proposições finais.
Na parte da manhã, uma delegação do Sínodo participou,
no Campidoglio – sede da Prefeitura de Roma – do Congresso intitulado "Oriente Médio:
o testemunho cristão a serviço da paz", promovido pelo Município de Roma, em parceria
com a Fraternidade de Comunhão e Libertação e a Rádio Vaticano.
A paz no Oriente
Médio é a grande esperança para todos os povos do mundo. Em síntese, esse foi o "fio-condutor"
que uniu todos os pronunciamentos no Campidoglio. E a "paz" foi a palavra mais evocada,
bem como a importância da presença cristã na região do Oriente Médio. Com a palavra,
o Prefeito de Roma, Gianni Alemanno:
"Os valores do cristianismo podem ser,
necessariamente, o melhor remédio para fazer de modo que na busca da resolução do
conflito, da criação da paz e da justiça, não haja o fardo de tensões, de raivas,
de rancores e de inimizade que nascem do ódio acumulado em tantos anos."
Palavras
endossadas pelo Secretário-Geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović, o qual recordou que
a paz é um dom de Deus e que todo membro da Igreja é chamado a seguir a sua vocação,
ou seja, a ser construtor de paz:
"Tal vocação tem em si uma importante dimensão
social que poderia romper o círculo vicioso da violência, da vingança e do ódio, e
preparar o coração para a busca de uma paz autêntica na reconciliação e na justiça."
De
Roma para o Oriente Médio e do Oriente Médio em Roma, continuou, por sua vez, o Diretor-Geral
da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, explicando a forte ligação existente entre
a capital italiana e a região do Oriente Médio.
Em seguida, o sacerdote jesuíta
– também Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé – recordou o papel fundamental da
mídia para fazer de modo que os cristãos do Oriente Médio percebam a solidariedade
da comunidade internacional, tanto social como politicamente.
Dito isso, Pe.
Lombardi ressaltou a exigência mais fortemente sentida pelo Sínodo:
"Solidarizar,
ao fazer, de modo promissor para o futuro, a reflexão sobre qual é o verdadeiro significado,
o verdadeiro lugar do exercício pleno, hoje – no Oriente Médio e em todos os países
do mundo – da liberdade religiosa, da liberdade de consciência, da plena cidadania
para construir as comunidades sociais e políticas em que se vive. Aprofundar esses
temas, justamente para poder difundi-los e a todos conscientizar sobre eles, para
o bem dos cristãos do Oriente Médio."
Nesse contexto, o verdadeiro desafio
do cristianismo é, então, demonstrar a sua relevância antropológica. A esse propósito,
eis o que disse o Presidente da Fraternidade de Comunhão e Libertação, Pe. Julián
Carrón:
"No martirizado Oriente Médio, acrescentam-se à fragilidade constitutiva
de todo homem, também objetivas situações de sofrimento, de ameaça contra os direitos
fundamentais, de marginalização, de sufocação da liberdade; é aí que o cristianismo
deve mostrar a sua verdade, a sua capacidade de reavivar a pessoa e de salvar o humano."
O
Oriente Médio parece um paradoxo, concluiu, por sua vexz, o Guardião da Terra Santa,
Frei Pierbattista Pizzaballa: justamente onde nasceram, os cristãos são numericamente
poucos. E, no entanto, a sua realidade é uma realidade radicada e muito ativa:
"Não
se pode dizer que não há um testemunho cristão. Existem as obras, as atividades dos
cristãos: as Igrejas cristãs não estão fechadas em si mesmas, há uma vitalidade enorme
e a presença cristã – as obras, as atividades da Igreja – mediante as escolas, os
hospitais, as universidades, alcança mais de 2,5% da população."
Portanto,
"Paz" e "Oriente Médio" é um binômio que não pode falir, e que será recordado também
esta noite, às 21h, no Auditorium da Conciliação, na Rua da Conciliação – artéria
principal que dá acesso à Praça São Pedro – Auditorium no qual se realizará
o Concerto Internacional "Effatà: artistas em diálogo em favor do Oriente Médio".
(RL)