REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DO XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Cidade do Vaticano, 17 out (RV) - A primeira leitura nos relata um fato muito
interessante que, em si, já contêm uma mensagem. O Povo judeu está lutando contra
os amalecitas e enquanto Josué campeia contra o adversário, Moisés suplica ao Senhor
pela vitória de Seu Povo.
O texto nos adverte sobre a supremacia da oração
em relação à ação humana. É preciso agir, mas antes de tudo, é preciso contar com
o apoio divino. Ele sustentará nossa ação. Orar sem cessar!
O fato de Moisés
ficar cansado e Aarão e Hur sustentarem seus braços levantados até o final da batalha,
deve ser acolhido como mensagem para estarmos sempre orando, da manhã à noite, durante
toda nossa vida, sem nos deixarmos vencer pelo cansaço. Orar sem cessar, eis a força
do homem!
No Evangelho Jesus responde a uma inquietação de nosso coração quando
vê tantas injustiças, quando clama a Deus que ponha um fim a tanto absurdo e parece
que não somos escutados. Jesus, na párabola apresentada pela liturgia deste domingo,
nos dá o seguinte recado: muitas vezes, aparentemente, o Pai permanece em silêncio
e demora a fazer justiça, mas essa justiça aparecerá.
No momento deveremos
ser pacientes, esperar a hora da manifestação do Senhor. Não poderemos exigir que
o mundo chegue à perfeição de um dia para o outro. Deus é paciente e respeita o nosso
ritmo e espera que cada um se abra espontaneamente à vida. O importante é não desanimar,
esperar e rezar sem cessar, isto é, manter-se em permanente diálogo com Deus. Jamais
tomar alguma decisão sem antes consultar o Senhor.
Quando Moisés parava de
rezar, de “consultar o Senhor”, o povo ficava em situação adversa, mas quando levantava
seus braços, o Povo vencia. Devemos estar sempre com o coração e a mente voltados
para o Senhor nosso Deus e nosso Pai, e então seremos sempre vitoriosos, mesmo que
haja alguma demora, mas seremos possuidores da serenidade e da certeza de que o Senhor
está ao nosso lado, o Senhor que é Vida, o Senhor poderoso no combate.
O Evangelho
nos fala da viúva que não cessa de interpelar o iníquo juiz pedindo justiça. Essa
parábola, contada por Jesus, nos ajuda a entender que é necessário estar sempre em
diálogo com o Senhor, crendo que Ele nos ama, nos escuta e nos atende, mesmo que aparentemente
demore. E como diz a sabedoria dos antigos: “a justiça de Deus pode tardar, mas não
falha”. O Seu tempo não é o nosso!