2010-10-16 20:05:41

APRESENTADO ESBOÇO DA MENSAGEM FINAL DO SÍNODO DOS BISPOS PARA O ORIENTE MÉDIO


Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Um apelo em favor da paz e um convite ao diálogo inter-religioso: em síntese, essas são as linhas-mestras do esboço final, apresentado na manhã deste sábado no Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, em andamento no Vaticano com o tema "comunhão e testemunho".

O documento, ainda provisório, foi lido na assembleia pelos Presidente e vice-Presidente da Comissão sinodal para a Mensagem final, respectivamente, Dom Cyrille Bustros, e Dom William Shomali. O esboço do documento será depois examinado, revisto e submetido, na próxima sexta-feira, ao voto da assembleia sinodal.

O esboço da Mensagem final apresentada pelo Sínodo é um longo apelo: um apelo aos fiéis a que perseverem nas dificuldades e se empenhem no testemunho do amor a Deus; um apelo a prosseguirem na senda do caminho ecumênico; um apelo aos judeus, em favor do diálogo, e aos muçulmanos, a trabalharem juntos para que os direitos humanos e a dignidade da pessoa sejam assegurados.

O esboço da Mensagem lança também um convite aos políticos do Oriente Médio a que se esforcem para favorecer a segurança social, a estabilidade política, e o fim da corrida armamentista.

Também a comunidade internacional é chamada em causa, a fim de que trabalhe pela justiça e a paz na região do Oriente Médio, para que se ponha fim à guerra no Iraque e ao conflito palestino-israelense, e se promova o respeito pela liberdade de culto e de consciência.

O esboço dirige também um pensamento aos cristãos imigrantes, a fim de que levem ao mundo a sua fé e a sua cultura, olhando para o futuro com confiança e alegria. Por fim, o esboço da Mensagem final confia a Maria, Rainha da Paz, o caminho do Sínodo.

Ontem à tarde, por sua vez, os padres sinodais refletiram sobre a importância de uma educação baseada na liberdade. Numa sociedade composta por uma pluralidade de religiões, esse tipo de educação é uma questão capital para que se alcance uma convivência harmoniosa.

Que a formação das futuras gerações seja centralizada no respeito pela fé e pela consciência, porque somente assim o diálogo será construtivo e eficaz.

Em seguida, foi reiterada a importância das instituições culturais católicas, abertas também a estudantes de outras religiões, porque a Igreja é uma asseguradora da liberdade.

As religiões podem viver juntas, não obstante as feridas, afirma o Sínodo. As igrejas e as mesquitas sejam abertas a todos e sejam um espaço de reconciliação e de perdão.

Os padres sinodais indicaram, ainda, a questão das vocações, que deve ser examinada com atenção, olhando mais para a qualidade do que para a quantidade, e sem desencorajar-se, porque muitas vezes o chamado do Senhor chega mais numeroso aonde os fiéis vivem as situações mais duras, como no caso do Seminário patriarcal caldeu de Bagdá.

E, justamente de um país atormentado como o Iraque, chegam sinais encorajadores: de fato, a Sala sinodal ressaltou como os caldeus católicos da Mesopotâmia vivem pacificamente com os muçulmanos da área, num contexto de respeito e estima pelas instituições e pelas obras eclesiásticas, apesar das situações políticas e da emigração.

Por fim, os padres sinodais fizeram algumas sugestões: convocar um Congresso geral pan-árabe dedicado à formação dos jovens; fundar centros especializados na orientação das famílias e viver a emigração como expansão missionária. (RL)







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