Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente: intervenção de dois expoentes muçulmanos centrada
no diálogo e na compreensão recíproca entre Cristianismo e Islão
(15/10/2010)Presença significativa nesta quinta feira nos trabalhos do sínodo dos
bispos para o Médio Oriente que decorre no Vaticano até ao próximo dia 24 sobre o
tema da comunhão e do testemunho. Na parte da tarde intervieram dois expoentes muçulmanos:
o sunita Al Sammak, conselheiro politico do Grande Mufti no Líbano e o xiita Ayatollah
Damad, professor de direito na Universidade de Teerão. No centro dos seus discursos
proferidos na presença do Papa, o diálogo entre o Islão e a cristandade.
Compreensão
recíproca. Este o fio condutor das duas intervenções, para descrever as relações entre
cristãos e muçulmanos. Em particular o xiita Damad reafirmou que a estabilidade do
mundo se pode conseguir, somente se todos poderem viver sem medo do outro. Portanto
é essencial que os fiéis de cada religião possam exercer os próprios direitos sem
se envergonharem. Certamente , prosseguiu ,no decurso da historia houve momentos escuros
nas relações entre cristãos e muçulmanos e subsistem ainda pontos de vista reaccionários,
mas existem Países islâmicos onde os cristãos vivem lado a lado com os muçulmanos.
E é este o caminho que se deve prosseguir. Na mesma linha se situou o sunita Al-Sammak:
partilhamos o sofrimentos dos cristãos, - disse – sobretudo depois do 11 de Setembro
que desencadeou uma fobia em relação ao Islão. Mas agora somos chamados a trabalhar
juntos, no respeito dos direitos e dos deveres, na luta contra o extremismo, na promoção
da cultura, da amizade e do perdão. Porque uma presença cristã no Oriente que actua
juntamente com o Islão é uma necessidade para o mundo inteiro. Mas nesta quinta
feira no sínodo sobre o Médio Oriente falou-se também da emigração, definida um direito
inalienável, em linha com o respeito da liberdade e da dignidade humana, a urgência
de potenciar a comunicação olhando também para a tecnologia digital, o ecumenismo,
verdadeiro desafio da Igreja contemporânea e a recuperação da família como Igreja
domestica.