2010-10-15 18:49:53

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Alimentação, com um apelo á generosidade na luta contra a fome no mundo


(15/10/2010) Tutelar a água e os bens da terra, destinar fundos para reavivar a agricultura, pôr de lado os interesses particulares para uma solidariedade com rosto humano, reformar as instituições internacionais com base no principio de subsidiariedade. São as pistas ao longo das quais Bento XVI desenvolve a sua Mensagem para o Dia Mundial da Alimentação que se celebra neste sábado dia 16 de Outubro e cujos temas estiveram no centro de uma cimeira esta sexta feira, na sede romana da FAO. O Papa fez um apelo á generosidade dos países ricos para vencer a fome que hoje atinge mil milhões de pessoas.
Que não obstante palavra e promessas, em finais de 2010 se contem ainda 925 milhões de famintos no mundo é uma indignidade. O secretario geral da FAO Jacques Diouf usou esta expressão quando quinta feira o arcebispo Renato Volante, observador permanente da Santa Sé junto da FAO leu perante a plateia dos delegados as considerações do Papa sobre a questão. Bento XVI não é menos critico: o balanço daquilo que se fez até agora - afirma – está viciado por uma solidariedade ainda carente. Demasiadas vezes – lê na sua mensagem – a atenção é desviada das necessidade da população, é insuficiente a acentuação dada ao trabalho nos campos, os produtos da terra não gozam de uma tutela adequada. Por conseguinte – afirma o Papa produz-se desequilíbrio económico e os direitos inalienáveis e a dignidade de cada pessoa humano são ignorados.
Deste premissa o Papa faz derivar uma serie de propostas, já no centro do magistério social seu e dos seus predecessores. Antes de mais a dimensão ideal: se a comunidade internacional deseja verdadeiramente estar unida contra a fome, como afirma o tema do dia mundial da alimentação, a pobreza deve ser superada - indica Bento XVI – através de um desenvolvimento humano autentico, baseado na ideia de pessoa, como unidade de corpo, alma e espírito. Hoje porém – salienta a mensagem do Papa – sob pressão da globalização enraizou-se uma tendência a limitar a visão a um desenvolvimento que satisfaça as necessidades materiais da pessoa, em particular através do acesso ás tecnologias, ou então um desenvolvimento autentico não está simplesmente em função daquilo que uma pessoa tem, mas deve abraçar também os valores mais elevados da fraternidade, da solidariedade e do bem comum. O Papa invoca uma luta contra a fome que seja combatida através de iniciativas concretas, informadas pela caridade, e inspiradas pela verdade: iniciativas que sejam capazes de superar os obstáculos naturais ligados aos ciclos das estações ou ás condições ambientais, bem como tantos obstáculos artificiais. Desta maneira, observa o Papa , criam-se os pressupostos para uma sã circulação dos bens da terra e em definitivo, da paz.
Bento XVI sugere também estratégias praticas: uma segurança alimentar a curto prazo pode ser alcançada, escreve, destinando financiamentos adequados que tornem possível á agricultura reactivar os próprios ciclos de produção, não obstante o deteriorar-se das condições climáticas e ambientais. Condições – acrescenta – que têm um impacto fortemente negativo sobre as populações rurais, sobre os sistemas de cultivo e as modalidade de trabalho, especialmente nos países já aflitos por carências alimentares. Porém garantir alimento não é suficiente. É fundamental - salienta Bento XVI – que todos tenham acesso a ele todos os dias. Na sua mensagem o Papa chama em causa os países industrializados. Devem estar conscientes do facto de que as exigências crescentes do mundo exigem deles níveis consistentes de ajuda Eles não podem ficar simplesmente fechados em si mesmos: esta atitude não serviria para resolver a crise.
A FAO por seu lado tem a tarefa de envolver os Estados membros na resposta aos pedidos crescentes de alimentos. E referindo-se á campanha “1 bilião de famintos, lançada pela ONU para sensibilizar a opinião publica para a urgência da luta contra a fome, Bento XVI conclui a sua mensagem evidenciando como ela pôs em realce a necessidade de uma resposta adequada, da parte de cada estado e da comunidade internacional, mesmo quando a resposta é limitada ás ajudas de assistência e de emergência. Este é o motivo pelo qual, uma reforma das instituições internacionais com base no principio de subsidiariedade é essencial, a partir do momento que na realidade, como está escrito na Caritas in veritate, as instituições sozinhas não são suficientes, porque o desenvolvimento humano integral é antes de mais vocação e portanto exige uma livre e solidária assunção de responsabilidades da parte de todos








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