2010-10-15 12:10:03

DRAMA DOS CRISTÃOS IRAQUIANOS QUE FUGIRAM PARA A SÍRIA


Damasco, 15 out (RV) - Padre Farid Botros, Pároco da comunidade caldéia de Damasco, capital da Síria, manifesta a sua preocupação por um fenômeno que está assumindo proporções até então desconhecidas. “Temos cerca de quatro mil famílias de cristãos caldeus que fugiram do Iraque, muitas delas apenas com apenas as roupas do corpo, e ameaçadas de morte. A lei síria – refere a agência de notícias AsiaNews - não permite que esses cristãos trabalhem; muitos realizam atividades às escondidas; e outros, em número crescente, acabam se prostituindo”.

Padre Farid calcula em cerca de vinte mil os cristãos provenientes do Iraque e que atualmente são apoiados de várias maneiras pela Igreja de Damasco; mas o sacerdote observa a ajuda é para todos os refugiados, independentemente da sua fé. Assistência médica, habitação (não há campos de acolhida, os refugiados vivem em casa particulares), e uma ajuda material, além de assistência espiritual são os problemas prioritários.

Nos dias passados, em Londres, o Bispo católico caldeu de Aleppo, na Síria, Dom Antoine Audo, falou sobre o problema dos refugiados cristãos que se prostituem por desespero. “Este é um grande problema, e não sabemos como enfrentá-lo”, disse. “Eu pedi à Congregação das Pequenas Irmãs de Jesus para nos ajudar. O motivo é a pobreza, e na Síria, não existem leis ou regulamentos para protegê-los. É um problema novo para nós, o fenômeno tão difundido da prostituição na comunidade cristã”.

O Bispo e o Padre Farid, falam também dos mil catequistas cristãos iraquianos que estão se preparando em Damasco e dos planos para abrir uma nova escola secundária que serviria seja aos iraquianos que aos sírios. A Síria inicialmente acolheu com favor cerca de 1,2 milhões de refugiados, 60 mil dos quais cristãos. Agora, as fronteiras são muito menos penetráveis, pelo receio da infiltração de terroristas. Padre Farid destaca ainda o fenômeno da crescente presença de mulheres com véu nas ruas e nos locais de trabalho. “É um fenômeno em constante crescimento, - disse ele – apesar de que na Síria não se sente, no momento, nenhuma pressão social sobre a comunidade cristã neste sentido”. (SP)








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