BISPO PAQUISTANÊS DENUNCIA VIOLÊNCIA CONTRA CRISTÃOS
Lisboa, 15 out (RV) – Chegou ontem a Portugal e permanece ali até o próximo
dia 21 de outubro, o Bispo de Lahore, no Paquistão, Dom Sebastian Shaw. Ele visita
o país, a convite da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. A passagem por Portugal pretende
dar relevo ao extremismo e o aumento da violência contra a Igreja Católica no Paquistão,
que se somam aos dramas do terrorismo e da crise humanitária provocada pelas recentes
cheias.
Uma equipe da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre visitou recentemente
o país e testemunhou que o grande sofrimento dos cristãos paquistaneses é cada vez
pior: são discriminados nos seus locais de trabalho, são fortemente pressionados para
abandonar a sua fé, há cada vez mais ataques ao seu modo de vida e, o pior de tudo,
esses ataques e ameaças são cada vez mais violentos.
No Paquistão, os cristãos
são pouco mais de dois milhões numa população de 175 milhões de habitantes, na sua
maioria muçulmana. A Igreja Católica está organizada em sete dioceses onde mais de
270 sacerdotes trabalham na pastoral, ajudados por 735 religiosas de 27 congregações
e um grande número de catequistas leigos.
Uma das grandes ameaças à liberdade
religiosa é a lei anti-blasfêmia, que estabelece que qualquer ofensa por palavras
ou atos contra Alá, Maomé ou o Alcorão, denunciada por um muçulmano e sem necessidade
de testemunhos ou provas adicionais, pode determinar o julgamento imediato e a condenação
à prisão de qualquer pessoa.
A Fundação AIS uniu a sua voz às vozes da sociedade
civil, da Igreja no Paquistão, do Conselho Mundial de Igrejas e outras instituições
internacionais, pedindo a abolição de uma lei que viola a liberdade civil e religiosa,
sendo ainda “a maior fonte de perseguição das minorias religiosas”.
No Paquistão
os cristãos são marginalizados por causa da pobreza e muitas famílias não podem financiar
os estudos dos filhos; muitos deles são obrigados a freqüentar escolas corânicas.
(SP)