Juiz de Fora, 15 out (RV) - No próximo domingo iremos refletir o Evangelho
de São Lucas 18, 1-8, quando os dois personagens da parábola são: um juiz sem fé e
sem lei, pouco preocupado em fazer justiça, e uma viúva, fraca, mas segura de seu
direito e que se empenha em querer justiça.
O argumento de Jesus é simples:
se um juiz iníquo termina por dar ganho de causa à viúva, quanto mais Deus, que é
justo, fará justiça aos seus eleitos.
A oração de súplica não consiste em esperar
de Deus que Ele próprio faça aquilo que não conseguimos realizar, como dar-nos o pão,
curar nossas doenças... Jesus enfatiza um ponto essencial na oração cristã: nunca
perder a coragem.
A oração, para ser agradável a Deus, deverá ser humilde,
perseverante e feita com fé. Orar não é forçar Deus a fazer nossa vontade. Rezar é
antes de tudo o reconhecimento de nossa dependência d’Ele. Às vezes, pensamos que
Deus não ouve o clamor de seus eleitos, mas a justiça de Deus é infinitamente mais
certa do que a nossa.
A oração não se reduz a fórmulas mais ou menos aprendidas,
nem apenas a um recolhimento diante de Deus. O diálogo com Deus é perene, contínuo,
ininterrupto, possibilitando-nos permanecer, durante todo o dia, numa atitude fundamental
de amor.
O que nos desencoraja, na verdade, é o fato de que nem sempre percebemos
o resultado da oração, mas isto é parte da própria natureza da oração: não podemos
apreciar imediatamente seus resultados. Vamos rezar, não tanto para obter resultados
imediatos, mas para resgatar a realidade em nós mesmos. Quem reza sem nada esperar
de retorno obterá de Deus muitos resultados porque rezou e confiou. Quem reza, confia,
receberá as graças de que necessita para viver bem e em paz!
+ Eurico dos Santos
Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)