JAPÃO: LIBERTAÇÃO DO NOBEL DA PAZ CHINÊS É "DESEJÁVEL"
Tóquio, 14 out (RV) - O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse nesta quinta-feira,
que a libertação do prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, por parte do Governo chinês é
"desejável". "Do ponto de vista da proteção dos direitos humanos, a libertação é desejável"
– declarou o premier, em resposta a perguntas de um parlamentar da oposição.
Durante
uma reunião do comitê orçamentário japonês no Parlamento, Naoto Kan disse ainda, que
o prêmio dado a Liu Xiaobo era bem-vindo, já que ele é um ativista que defende reformas
políticas na China. O premier japonês sublinhou a importância de que os direitos humanos
e os valores fundamentais sejam garantidos na China.
Embora o Governo de Tóquio
não tenha feito ainda, nenhum pedido formal a Pequim, para que Liu Xiaobo seja libertado,
Naoto Kan assegurou que a comunidade internacional e ele mesmo "observarão atentamente,
se o Nobel da Paz ou alguém de sua família poderão receber o reconhecimento".
Pequim
reagiu mal à atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo que era praticamente desconhecido
em seu país, antes do anúncio do prêmio. Fontes do Governo chinês declararam que o
prêmio era um "insulto ao sistema judicial chinês", já que Xiaobo está preso por "violar
leis" nacionais.
O governo da Noruega, sede da fundação do Nobel, disse que
a reação da China foi "pouco apropriada". Após o anúncio da premiação, a China cancelou
uma série de reuniões políticas, econômicas e culturais com a Noruega.
Liu
Xiaobo cumpre pena de 11 anos de reclusão, pela participação no manifesto conhecido
como "Carta 08", que pedia reformas políticas. Ele dedicou o prêmio às vítimas da
repressão do regime chinês contra a manifestação estudantil de 1989, na Praça da Paz
Celestial. (AF)