A intervenção do Rabi David Rosen, no Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente.
(14/10/2010) No Médio Oriente judeus e cristãos árabes vivem ainda fechados em si
mesmos, nos seus ambientes linguísticos, culturais e confessionais. E entre as duas
comunidades, uma interacção real está ainda longe Esta a opinião do Rabi David Rosen,
única voz judaica a intervir nos trabalhos do sínodo dos bispos para o Médio Oriente.
Rosen abriu os trabalhos sinodais na tarde desta quarta feira sublinhando que
a maior parte dos judeus que vivem em Israel não conhece os cristãos contemporâneos
e até há pouco tempo não tinha consciência das mudanças profundas do dialogo entre
igreja e judaísmo. Em Israel, explicou David Rosen, a vida quotidiana da maior
parte dos árabes - cristãos ou muçulmanos – e dos judeus decorre em contextos separados.
Radicalmente diferente é a situação dos cristãos palestinianos. É justo e correcto
que estes manifestem preocupações e esperanças sobre o conflito entre israelitas
e palestinianos, mas é deplorável que tais expressões nem sempre estejam em consonância
com o espírito da Igreja no que diz respeito ás relações com o judaísmo, abraçando
preconceitos históricos , acusou o Rabi David Rosen dirigindo-se na tarde desta quarta
feira aos padres sinodais. E precisamente um dos últimos focos de polémica – a
decisão de Telavive de obrigar todos os cidadãos a jurar fidelidade ao estado de Israel
– esteve no centro da conferencia de imprensa que David Rosen concedeu, sempre nesta
quarta feira, em Roma. Não é uma lei confessional, mas reflecte a identidade cultural
da maioria étnica do Estado - precisou, salientando que quem criticou a medida não
compreendeu o seu sentido. Por outro lado – sublinhou ainda David Rosen, a situação
critica dos palestinianos, em particular dos palestinianos cristãos, deveria dar
origem a uma profunda preocupação nos judeus em Israel e no estrangeiro : nós temos
uma responsabilidade especial em relação aos nossos vizinhos que sofrem