(13/10/2010) O Santuário de Fátima recordou hoje as 33 vítimas do desabamento de
terra na mina de São José, no Chile, que começaram a ser resgatados esta manhã, após
69 dias a 700 metros debaixo da superfície. “O nosso pensamento neste momento vai
com alegria para o Chile, onde estão a ser resgatados os mineiros que estavam soterrados”,
disse com sorriso largo o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, na missa da peregrinação
de 13 de Outubro, acrescentando: “Demos graças a Deus e Nossa Senhora”. A celebração,
que reuniu milhares de fiéis, entre os quais um cardeal, 12 bispos e 343 padres e
diáconos, foi presidida pelo cardeal D. Geraldo Majella Agnelo, a quem D. António
Marto agradeceu a presença e pediu que levasse “um grande abraço para o povo brasileiro,
um abraço tão grande como daqui ao Brasil”. Na homilia, o presidente da peregrinação,
D. Geraldo Majella Agnelo, afirmou que Maria “recorda-nos que a beleza do ser humano
está toda no vínculo do amor” com Deus e que “a plenitude da nossa liberdade está
na resposta positiva que lhe damos”. “Nos diferentes momentos da luta quotidiana”,
muitos “encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria”, referiu o arcebispo
de São Salvador da Bahia, acrescentando que a visita da mãe de Cristo à Cova de Iria
“tornou-se memória cheia de confiança na sua intercessão para aqueles que recorrem
à sua protecção”. Com Jacinta, Francisco e Lúcia, crianças a quem Maria apareceu
entre Maio e Outubro de 1917, “aprendemos da Senhora de Fátima o rosário e orações”
que ajudam os crentes a “rezar e conhecer” a vontade de Deus, num tempo “pleno de
interrogações e tentações”. O cardeal, que no próximo dia 19 completa 77 anos,
salientou que a espiritualidade associada à figura de Maria é um dos elementos fundadores
do cristianismo: “Ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe
um selo mariano que a identifica profundamente”. Um quarto da homilia foi dedicada
a descrever as principais expressões da “veneração” a Maria, sobretudo no mundo cristão
católico e ortodoxo, “antes de tudo” com “a oração litúrgica”, e também mediante “formas
de piedade e devoção”.