DICASTÉRIO VATICANO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO: ANUNCIAR CRISTO SEMPRE E EM TODOS OS LUGARES
Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - "A Igreja tem o dever de anunciar, sempre
e em todos os lugares, o Evangelho de Jesus Cristo." Esse é o incipit da Carta
apostólica em forma de Motu Proprio (Ubicumque et semper) com a qual
Bento XVI cria o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, cujo dicastério
foi apresentado esta manhã, na Sala da Imprensa da Santa Sé, por seu Presidente, o
Arcebispo Rino Fisichella.
"Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem
discípulos" (Mt 28, 19a): fiel a esse mandamento de Jesus, a Igreja "jamais
se cansou de mostrar ao mundo inteiro a beleza do Evangelho".
"Missão evangelizadora
necessária e insubstituível" para a Igreja, "expressão de sua própria natureza e que
"assumiu na história formas e modalidades sempre novas, segundo os lugares, as situações
e os momentos históricos" – lê-se no documento.
Missão hoje chamada a tentar
superar o "fenômeno do desapego à fé" em sociedades e culturas que há séculos se mostravam
impregnadas pelo Evangelho. De fato, as transformações sociais nas últimas décadas
"modificaram profundamente a percepção do nosso mundo" – observa Bento XVI.
"Tudo
isso não se deu sem conseqüências também para a dimensão religiosa da vida do homem."
"E, se de um lado, a humanidade conheceu inegáveis benefícios" e a Igreja recebeu
ulteriores estímulos para dar razão da esperança que porta consigo, de outro, verificou-se
uma preocupante perda do sentido do sagrado, chegando até mesmo a colocar em discussão
aqueles fundamentos que pareciam indiscutíveis, como a fé num Deus criador e providente,
a revelação de Jesus Cristo único salvador, e a compreensão comum das experiências
fundamentais do homem como o nascer, o morrer, o viver numa família, a referência
a uma lei moral natural."
À luz das preocupações já expressas a partir do Concílio
Vaticano II, por Paulo VI e João Paulo II, pelo "contínuo difundir-se do indiferentismo,
do secularismo e do ateísmo", em particular nos países do chamado Primeiro Mundo,
Bento XVI faz votos de um novo impulso missionário no mundo atual, que exige – recomenda
o Pontífice – "um atento discernimento" em relação à "diversidade de situações".
Efetivamente,
nova evangelização não significa ter que elaborar uma única fórmula igual para todas
as circunstâncias. O importante – conclui a Carta apostólica – é que, em primeiro
lugar, "se faça profunda experiência de Deus".
E entre os artigos institucionais
do Pontifício Conselho, que atuará em colaboração com os outros dicastérios e organismos
da Cúria Romana, indica-se "aprofundar o significado teológico e pastoral da nova
evangelização". (RL)