Sínodo para o Médio Oriente: 185 participantes debatem situação dos católicos numa
região em que representam 1,6% da população
(11/10/2010) De 10 a 24 de Outubro,a primeira assembleia do Sínodo dos Bispos para
o Médio Oriente reúne no Vaticano 185 “padres sinodais” para reflectir sobre a situação
da Igreja na região, desde a presença católica à situação social e política. Egipto,
Iraque, Líbano e Síria dominam a lista de participantes, que representam comunidades
historicamente muito importantes no Cristianismo, embora hoje os católicos sejam apenas
1,6% da população nesta região. Além de Jerusalém e dos territórios palestinianos,
o Sínodo para o Médio Oriente destina-se aos católicos de 16 Estados: Arábia Saudita,
Bahrein, Chipre, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Jordânia, Iémen, Irão, Iraque, Israel,
Kuwait, Líbano, Oman, Qatar, Síria e Turquia. Uma região de 7,18 milhões de quilómetros
quadrados, com mais de 356 milhões de pessoas e 5,7 milhões de católicos em 20 milhões
de cristãos. Além dos católicos de rito latino (comum à maior parte dos países
ocidentais), existem nestes países seis Igrejas orientais católicas com autonomia
própria, “sui iuris”, lideradas por um Patriarca próprio, em comunhão com Roma. Coptas,
sírios, greco-melquitas, maronitas, caldeus e arménios dão vida a uma variedade de
“tradições, espiritualidade, liturgia e disciplina. Pela primeira vez o árabe será
língua oficial de um Sínodo, mas os padres sinodais poderão fazer a sua intervenção
também em inglês, francês ou italiano. Entre os 185 participantes haverá 101 líderes
de circunscrições eclesiais no Médio Oriente e 23 da diáspora, vindos de nove países,
incluindo o Brasil. Também haverá representantes de outras seis Igrejas orientais
católicas: a etíope, a grega, a romena, a siro-malabar, a siro-malancar e a ucraniana. A
eles juntam-se 36 peritos e 34 ouvintes, homens e mulheres, para além de representantes
de 14 Igrejas e comunidades eclesiais historicamente enraizadas no Médio Oriente. Bento
XVI escolheu ainda convidados especiais dos mundos judaico e muçulmano, para falar
aos participantes no Sínodo: o rabi David Rosen, director do Departamento para os
assuntos inter-religiosos do American Jewish Committee; Muhammad al-Sammak, conselheiro
político do grão-mufti do Líbano (sunita); o Ayatollah Seyed Mostafa Mohaghegh Ahmadabadi,
professor da faculdade de direito da Shahid Beheshti University de Teerão e membro
da Academia Iraniana das Ciências (xiita). A assembleia sinodal será mais breve
do que as precedentes e conta com a presença de 19 bispos de países limítrofes da
África do Norte e da Europa de Leste, para além dos chefes de 14 dicastérios da Cúria
Romana. Tal como fez na abertura, Bento XVI presidirá na Basílica de São Pedro,
a Missa de encerramento dos trabalhos sinodais. A sessão especial do Sínodo dos
Bispos, dedicada ao Médio Oriente é a 24ª desde 1967, somando-se a 12 assembleias
gerais ordinárias, duas extraordinárias (1969 e 1985) e outras nove assembleias especiais:
duas para a Europa; duas para a África; uma para a Ásia, América e Oceânia; uma para
os Países Baixos e outra para o Líbano. A assembleia sinodal especial para o Médio
Oriente merece uma atenção particular por parte da Rádio Vaticano, que abriu uma página
Web especial em seis línguas, incluindo o árabe, o arménio e o hebraico.