2010-10-11 12:30:31

HAITI: UM PAIS ESQUECIDO


Leon, 11 out (RV) – “Nove meses após o terremoto, dois milhões de crianças haitianas ainda vivem em campos de refugiados; somente 15% da população em idade escolar recebe algum tipo de formação e os cadáveres estão ainda sob os escombros”. São as duras palavras da Diretora do Serviço Jesuíta para Refugiados e Migrantes da República Dominicana, Sonia Adames, em uma entrevista concedida a um jornal espanhol com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a situação real do Haiti.

Uma nota publicada pela agência Fides, explica que o Haiti deixou de ser “protagonista” na mídia, mas o terremoto ainda está lá: “Uma tragédia que atingiu todo o mundo. Os muitos mortos, num instante, atraíram todos os meios de informação – diz Sonia Adames –, mas a mídia deixou de falar que as pessoas morrem lentamente nestas condições de vida”.

Uma vida precisa de nove meses de gestação, o tempo para dar à luz a um novo projeto. “Nove meses depois do terremoto, o tempo necessário para um filho, já deveria existir um movimento de reconstrução. A vida nos campos está se deteriorando, o tempo dos furacões começou e aumentam as condições de insalubridade em acampamentos onde vivem até seis mil pessoas. “A imprensa não vê o que está dentro das barracas; isto está se tornando cada vez mais horrível, em todas as dimensões: falta de condições higiênicas, fome, feridos e um calor impressionante, 36 graus”. “No Haiti existem só duas estações, o verão e o inverno, e agora estamos no inverno, com calor, umidade infernal e um sol que queima este país desflorestado”.

Os proprietários de terrenos onde foram instaladas as barracas no momento da emergência começam a pedir de volta suas propriedades, “é preciso deslocar estas pessoas” – ressalta Sonia Adames. Os haitianos se perguntam: “Onde estão as ajudas bilionárias?”. Sonia Adames explica que a ajuda chegou aos acampamentos somente graças às organizações e ONGs precedentemente presentes no Haiti, às Igrejas em geral, e à sociedade civil. “Estas ajudas, porém, não conseguem cobrir a dimensão da tragédia” – denunciou. (SP)








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