De 10 a 24, no Vaticano, assembleia do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente.
A solene celebração eucarística que Bento XVI presidirá amanhã, domingo, às 9.30,
na basílica de São Pedro, com 250 concelebrantes, constituirá o início da assembleia
especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, que tem como tema “A Igreja Católica
no Médio Oriente: comunhão e testemunho. ‘A multidão dos crentes tinha um só coração
e uma só alma’.” Ao longo de duas semanas, até 24 de Outubro, 185 participantes reúnem-se
com o Papa, no Vaticano, para debater a situação da Igreja na região que viu nascer
o Cristianismo, mas onde este corre hoje o risco de desaparecer, dado que os fiéis
vivem situações muito difíceis, por motivos de violência, terrorismo, migração forçada
e discriminação. Nesta sexta-feira, numa conferência de imprensa para apresentação
desta assembleia, o secretário-geral para o Sínodo dos Bispos, D. Nikola Eterovic,
sublinhou que, embora o encontro deva ser acima de tudo “pastoral”, não pode contudo
descurar o quadro social e político da região. Para o Arcebispo Eterovic, esta
assembleia extraordinária, convocada por Bento XVI, será uma “ocasião para apresentar
a riqueza das Igrejas Orientais Católicas ao mundo inteiro”. Os cristãos (observou)
são chamados a “apoiar cada vez mais, tanto espiritual como materialmente, os seus
irmãos e irmãs do Médio Oriente, em particular os que vivem situações mais difíceis”. Referindo-se
expressamente à Terra Santa, D. Nicolau Eterovic sublinhou que “é do interesse de
toda a Igreja que a terra de Jesus não se torne um museu cheio de monumentos e pedras
preciosas, mas que continue a ser uma Igreja viva, construída com pedras vivas”.
“Os cristãos do Médio Oriente são, muitas vezes, artífices da paz e criadores do perdão
e da reconciliação, tão necessária”, acrescentou. Respondendo aos jornalistas,
o Arcebispo croata sublinhou, “com satisfação, que todos os países do Médio Oriente
subscreveram a carta da ONU sobre os direitos humanos, entre os quais está, também,
o direito à liberdade religiosa, à liberdade de consciência”. “Este é um direito natural,
que vale para todos, para lá de concepções culturais, religiosas ou de outra índole”,
concluiu. O Sínodo pode ser definido, em geral, como uma assembleia dos bispos
que representam o episcopado católico e que têm o dever de ajudar o Papa no governo
da Igreja universal, dando o próprio conselho. Desde 1967, o Sínodo dos Bispos teve
12 assembleias gerais ordinárias e duas extraordinárias (1969 e 1985), a que se somam
outras nove assembleias especiais: duas para a Europa e outras duas para a África;
uma para a Ásia, América e Oceânia; uma para os Países Baixos e outra para o Líbano.